Quatro militares da Guarda Nacional Bolivariana desertaram e passaram para a Colômbia na ponte Simón BolÃvar, que liga o estado de Táchira, na Venezuela, ao departamento (estado) colombiano de Norte de Santander. Os desertores usaram um blindado de pequeno porte para romper contêineres que haviam sido instalados na ponte para bloquear a passagem de veÃculos. A deserção foi anunciada por comunicados da Migração da Colômbia, que não informou a patente dos militares.
Pouco antes da deserção, as tropas do governo de Nicolás Maduro lançaram gás lacrimogêneo para dispersar cerca de 200 pessoas que tentavam cruzar uma outra ponte, a Francisco de Paula Santander, na cidade venezuelana de Ureña, aos gritos de “queremos trabalhar”. Posteriormente, houve choque entre militares e manifestantes civis, que lançaram pedras e garrafas contra os soldados e montaram barricadas com pneus queimados. Dois ônibus foram incendiados. A ponte liga Ureña à cidade colombiana de Cúcuta.
Foi o primeiro registro de confronto neste sábado, dia em que o lÃder opositor Juan Guaidó promete fazer entrar na Venezuela suprimentos de alimentos e produtos médicos doados pelos Estados Unidos e armazenados em Cúcuta. Guaidó está em Cúcuta desde sexta-feira.
“Venezuela: não são desertores aqueles guardas e efetivos das Forças Armadas que decidam se somar à nossa luta. Decidiram se pôr ao lado do povo e da Constituição! Bem vindos! A chegada da liberdade e da democracia à Venezuela já não pode ser detida”, disse Guaidó em sua conta no Twitter.
No final da noite de sexta-feira, o governo venezuelano anunciou o fechamento total da fronteira com a Colômbia, bloqueando as quatro pontes que ligam os dois paÃses no estado de Táchira. De acordo com Maduro, a operação de entrega de ajuda é uma fachada para uma intervenção externa no paÃs.
Na quinta-feira, a Venezuela já havia anunciado o fechamento da fronteira com o Brasil. Na manhã deste sábado, os militares venezuelanos reforçaram o bloqueio de todas as passagens fronteiriças na cidade de Pacaraima, em Roraima. Mais cedo, dois caminhões com ajuda partiram de Boa Vista para a divisa.
A operação de ajuda foi articulada pela oposição venezuelana com os governos de EUA, Brasil e Colômbia. Guaidó, que presidente a Assembleia Nacional, se declarou presidente interino no dia 23 de janeiro, há um mês, e foi reconhecido como tal por 50 paÃses. O Parlamento declarou Maduro um “usurpador” da Presidência, contestando as eleições em que ele foi reeleito, em maio do ano passado. Maduro assumiu no dia 10 de janeiro para um segundo mandato.
Foto: Reprodução CNN Espanhol