A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar os casos de picadas de agulha relatados por pelo menos 25 pessoas durante o período de carnaval no Grande Recife. A corporação informou que vai enviar um ofício ao Hospital Correia Picanço para identificar as declarações das vítimas que foram buscar atendimento médico na unidade de saúde, para apurar os fatos.
No hospital, localizado na Zona Norte do Recife, 25 casos foram notificados entre o sábado (2) e a manhã da quarta (6). Do total de pacientes, 15 são mulheres que têm entre 17 e 46 anos.
Nesta quinta (7), outras pessoas procuraram a unidade de saúde com relatos semelhantes aos anteriores. “Eu estava voltando para casa na terça (5), por volta das 3h30, quando senti uma picada. Em seguida, o meu braço ficou dormente. Procurei o hospital depois que vi as reportagens sobre o assunto”, conta a secretária Rita de Cássia Correia, de 42 anos.
A investigação busca apurar o crime de “exposição ao risco à vida de outrem por transmissão de moléstia grave”, apontou a Polícia Civil, em nota divulgada na noite da quarta-feira (6). A pena para esse delito é de quatro anos em regime fechado e a corporação não descarta o cometimento de outros crimes mais graves.
A Polícia Civil pede que as vítimas que procuraram a unidade de saúde também procurem delegacias para registrarem boletins de ocorrência. Cada caso vai motivar a abertura de inquéritos distintos.
Na terça-feira (5), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) havia contabilizado pelo menos dez pessoas que procuraram o Hospital Correia Picanço após sentirem picadas de agulha durante o carnaval. Na quarta (6), o número subiu para 25.
Todos os pacientes foram liberados, segundo a SES. Antes, no entanto, tomaram medicamentos que são ministrados para prevenção ao vírus HIV. Eles também receberam a orientação para voltar à unidade de saúde em 30 dias, prazo necessário para a conclusão desse tratamento.