Com a missão de reforçar a cruzada contra o socialismo no mundo, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, visitou, nesta semana, dois paÃses que têm à frente governos ligados à extrema direita: a Hungria e a Itália . E aproveitou para afinar o discurso com o premier húngaro, Viktor Orbán, e o vice-premier italiano Matteo Salvini, criticando tanto o bilionário George Soros, desafeto de Orbán, como a imigração, ponto-chave na plataforma de Salvini.
O objetivo da viagem é dar continuidade ao chamado Movimento, idealizado pelo americano Steve Bannon, ex-estrategista do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para criar um bloco ultraconservador na Europa.
Agradeço @bolsonarosp, que sempre ajudou a resgatar a confiança no Brasil mundo afora. O Presidente da Comissão de Relações Exteriores, foi recebido hj pelo premiê húngaro Viktor Orban, que colocou-se à disposição e dividiu experiências positivas de abertura econômica na Hungria pic.twitter.com/MhwW8FjPyV
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 18 de abril de 2019
Eduardo Bolsonaro passou um dia e meio na Hungria. Na quinta-feira, foi recebido por Orbán. Em uma rede social, o deputado disse ter aprendido com Orbán, principalmente, sobre cultura e “trato com a imprensa sem politicamente correto”. Ao falar sobre o encontro, o parlamentar mencionou o bilionário húngaro-americano George Soros, dono de uma instituição que financia projetos de direitos humanos no mundo e o inimigo número um de Orbán. No ano passado, a Fundação Open Society de Soros pôs fim a décadas de presença na Hungria alegando perseguição por parte do governo.
“[Assim como Orbán] Nós também não gostamos do George Soros, bilionário que financia movimentos que desafiam as culturas ocidentais, pró-aborto por exemplo”, destacou Eduardo Bolsonaro.
Recentemente, o Partido Popular Europeu (PPE) — sigla de centro-direita que detém a maior bancada no Parlamento da União Europeia — suspendeu o Fidesz, legenda comandada por Orbán, em função de suas polÃticas contra a liberdade de expressão e de seus frequentes ataques contra lÃderes do bloco europeu.
Nesta sexta-feira, Eduardo passou cerca de quatro horas com o vice-primeiro-ministro e ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, da Liga. Ao lado do italiano, o parlamentar brasileiro reforçou a razão das viagens que vem fazendo a vários paÃses, que tiveram inÃcio no fim do ano passado, em uma visita aos EUA, passando por Colômbia e Chile.
— Ele [Salvini] é uma das pessoas que melhor representam esse movimento de direita que está ocorrendo no mundo inteiro. Se nós olharmos as mudanças que estão acontecendo do socialismo para uma economia mais liberal e com valores conservadores, temos (Jair) Bolsonaro no Brasil, (Donald) Trump nos EUA, o grande Benjamin Netanyahu, que venceu a eleição em Israel e, na Europa, Orbán e Matteo Salvini – afirmou, em vÃdeo divulgado na internet.
LIVE agora com @matteosalvinimi e dep. Roberto Lorenzato direto de Milão, Itália:
-Terrorista Cesare Battisti
-Lei italiana de legÃtima defesa
-Dupla cidadania
-Imigração para Itáliahttps://t.co/tlUteqVoji— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) 19 de abril de 2019
O deputado conversou sobre a nova lei italiana que permite o uso de armas de fogo pelos cidadãos em legÃtima defesa, as medidas migratórias tomadas pelo governo daquele paÃs e pediu desculpas pelos 37 anos em que Cesare Battisti, acusado de ter cometido vários homicÃdios na Itália, ficou no Brasil. Como resposta, Salvini agradeceu ao governo e ao povo do Brasil e aproveitou para pedir que os brasileiros descendentes de italianos liguem para seus parentes na Itália e recomendem voto na Liga nas eleições europeias de maio.
“Para ajudar a mudar a Europa, criar uma Europa forte em que a esquerda finalmente sairá das instâncias de poder”, disse.
Eduardo Bolsonaro também conversou com Alberto Torregiani, vÃtima cadeirante de Cesare Battisti. O italiano relatou ter sido atingido por um disparo em um atentado idealizado por Battisti para assassinar seu pai.
O deputado do PSL promoveu, em dezembro passado, em Foz do Iguaçu (PR), a 1ª Cúpula Conservadora das Américas, em contraposição ao Fórum de São Paulo – uma organização que reúne partidos polÃticos e organizações de esquerda, criada em 1990. Com a presença de representantes de vários paÃses, entre os quais EUA, Hungria, Chile, Colômbia e Paraguai, o evento teve como tema principal “Um novo rumo ao mundo”.