Neste sábado (8), uma das mais tradicionais edificações da capital baiana reabre as portas ao público após três anos: o Coaty. Com projeto arquitetônico assinado pela italiana Lina Bo Bardi (1914-1992) e instalado na Ladeira da Misericórdia, com vista para a Baía de Todos-os-Santos, o espaço servirá de palco para a primeira apresentação aberta ao público dos artistas residentes do projeto InstruMentes – música para (re)invenção, além de apresentações internacionais. O evento é gratuito e segue das 17h às 22h.
Os músicos-inventores da luteria orgânica e digital, Fernando Sardo (SP), Bella (RJ/SP) e Victor Valetim (BA/DF), vão partilhar com o público os instrumentos musicais e instalações sonoras criadas ao longo desta semana, durante o primeiro ateliê coletivo do InstruMentes. As obras, inclusive, foram concebidas em harmonia com o espaço, dialogando com a arquitetura local, a estrutura física e a natureza ao redor.
A programação ainda terá a apresentação de dois nomes referência da cena contemporânea, considerados dos mais criativos e enérgicos músicos do “Free Jazz”: o norte-americano Ken Vandermark e o norueguês Paal Nilsen Love, em primeira turnê no Brasil – além de Salvador, também vão se apresentar no Rio de Janeiro e em São Paulo. O concerto é fruto de parceria com o Ciclo de Música Contemporânea – CMC, que, desde 2016, promove encontros musicais de livre improvisação na capital baiana.
Preservação e arte – Localizado entre as cidades Alta e Baixa, o conjunto arquitetônico do Coaty foi requalificado pelo InstruMentes, com financiamento do programa Rumos Itaú e apoio da Fundação Gregório de Mattos (FGM). As intervenções, que duraram dois meses, incluíram a reforma da escada externa e guarda-corpo, pintura, alvenaria, instalação elétrica e concertos gerais.
O espaço, inaugurado no final da década de 1980 como parte do Plano de Recuperação do Centro Histórico de Salvador, estava fechado desde 2016. “Após o InstruMentes, o Coaty ficará de legado pra Salvador, revitalizado e pronto para receber novos projetos de ocupação do centro da cidade, reunindo gente em torno da arte”, pontuou a produtora cultural Lívia Cunha, à frente da iniciativa ao lado da também baiana Alana Silveira.
Foto: Manuel Sá/Divulgação