25 de abril de 2024
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Brasil conseguirá ver parcialmente eclipse solar previsto para terça-feira

Brasil conseguirá ver parcialmente eclipse solar previsto para terça-feira

Um eclipse solar total poderá ser visto no Chile e na Argentina na próxima terça-feira (2). Em algumas áreas do Brasil ocorre de forma parcial, já que estamos fora da área que será abraçada pela sombra resultante do alinhamento entre Sol, Lua e Terra. Quem estiver dentro desta faixa dos países vizinhos vai experimentar um privilégio visual: a Lua vai bloquear os raios e, por quase 2 minutos, só será possível ver a coroa do Sol.

O fenômeno só ocorrerá no Brasil em 2045. Se aos brasileiros resta esperar, a comunidade científica celebra o fato de o dia virar noite justamente em uma região onde está um centro de pesquisa com grandes telescópios: o Observatório La Silla, próximo à cidade de La Serena, no Chile.

Em La Serena, a fase parcial começa às 15h23 e a total às 16h39 (às 16h23 e 17h39 no Brasil, respectivamente). Os eclipses totais do Sol, apesar de ocorrerem com certa frequência, não acontecem nos mesmos lugares sempre. Os astrônomos dizem que provavelmente, com os ciclos de alternâncias dos locais, os terráqueos terão uma única chance de assistir na vida.

O fenômeno visível em 2 de julho não será um dos mais longos – em alguns casos, os eclipses solares podem chegar a 7 minutos de escuridão, mas, neste caso, ocorrerá em 1 minuto e 52 segundos. A faixa de terra com a versão total engloba parte do Chile e da Argentina. Os hotéis nessas regiões estão lotados, com 96% de ocupação, e com preços exorbitantes – é possível encontrar diárias por até R$ 30 mil.

É raro a sombra coincidir com a localização de um observatório com grandes telescópios. Segundo o Observatório Europeu do Sul (ESO), nos últimos 50 anos foram apenas duas vezes: uma em 1961, no L’Observatoire de Haute-Provence, na França; e em 1991, no Mauna Kea, no Havaí. Agora no deserto do Chile, os anfitriões abrirão as portas para 1 mil visitantes.

Além da festa, os cientistas do La Silla resolveram aproveitar a oportunidade para fazer pesquisas extras. Eles vão repetir o experimento científico feito em 1919 em Sobral, no Ceará. Com fotos do céu antes e depois do eclipse, os pesquisadores que estiveram no Ceará conseguiram imagens que provaram que a gravidade do sol (deformação do Espaco-Tempo) altera até o caminho da luz percorrida por outras estrelas até a Terra. Foi o passo decisivo para comprovar a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein.

Outros estudos também serão feitos durante o eclipse. O momento ajuda na observação da coroa solar. O Sol, inclusive, tem alguns mistérios que estão em pesquisa pelas agências espaciais: saber mais sobre os ventos solares e entender os motivos de atmosfera externa ser mais quente do que a superfície.

Missões espaciais, duas neste ano (PUNCH e TRACERS) e uma em 2018 (Parker Solar Probe), foram lançadas em busca de novas descobertas solares. No entanto, o momento do eclipse é ótimo para fazer imagens da coroa, a atmosfera externa, e buscar informações sobre o Sol. Isso também ocorrerá também em 2 de julho.




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