26 de abril de 2024
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“Congresso tem uma ou outra criatura do pântano, mas muita gente quer acertar”, diz Guedes

“Congresso tem uma ou outra criatura do pântano, mas muita gente quer acertar”, diz Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (04), que a aprovação da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara é a “comprovação da tese de que a maioria (dos parlamentares) quer botar (o País) para funcionar”. “(Congresso) tem uma ou outra criatura do pântano, que vive no paleolítico, mas muita gente quer acertar”, afirmou.

Guedes disse que não só reafirma sua confiança no Congresso, mas também no presidente Jair Bolsonaro. “É um homem firme, determinado, tem propósitos muito bem definidos”, disse. “O que há é um problema de comunicação. A maioria do Congresso quer o bem do País, o presidente também”, disse.

O ministro acredita que há uma mudança em curso na forma como se faz política. Para ele, a velha política se exauriu, abrindo espaço para a nova política. O que favorece esse cenário, ele disse, é que a própria classe política está preocupada, pois os políticos, ele acredita, não querem mais ficar fugindo da “rádio patrulha”.

Bolsonaro – Guedes minimizou o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro, que tentou emplacar regras mais suaves, dentro da reforma da Previdência, para policiais que servem à União. Segundo ele, o presidente tem bons princípios, mas tem “uma ingenuidade ou outra”, como nesse caso.

“Eu tenho convivido com o presidente e não vejo um milímetro de comportamento dele que fosse (…), a não ser uma ingenuidade ou outra, uma coisa ou outra tipo: não dá para ajudar aquele ali não? Como ocorreu agora com a Previdência. E eu disse ‘presidente, é o Congresso que está com a reforma, jogo que segue, a bola está com eles'”, disse em evento promovido pela XP Investimentos em São Paulo.

Programa – Guedes afirmou que o governo pretende lançar um programa econômico no segundo semestre, para ser tocado após a aprovação da reforma da Previdência. Segundo ele, será um trabalho de colaboração com o Congresso. A declaração é dada num momento em que o Legislativo tenta assumir o protagonismo da pauta econômica.

lamentou os ataques recebidos pelo governo e, em um sinal para a oposição, disse que o governo merece apoio e compreensão. “Merecemos algum apoio e compreensão. A bola é sua? Só você pode jogar?”, disse o ministro, em referência aos governos de esquerda.

Reforma tributária – Guedes afirmou que não se importa com quem será o autor da reforma tributária, em referência às duas propostas em discussão, a do governo e a do deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP). “Lá na frente encontra todo mundo (as propostas) e que vença o melhor”, disse o ministro. “Não queremos autoria de nada, queremos que o Brasil melhore”, acrescentou.

Guedes afirmou ainda que, quando a proposta de Rossi começar a tramitar no Congresso, após o avanço da reforma da Previdência na Câmara, o governo pretende lançar, por meio de projeto de lei, a proposta da Receita Federal, capitaneada pelo secretário Marcos Cintra.

Pouco depois, Guedes elogiou a proposta de Rossi, elaborada pelo tributarista Bernard Appy, mas questionou por que o projeto “está parado há 18 anos”. “Porque é difícil conseguir acordo com 26 governadores”, disse.

O ministro também disse que em quatro, cinco ou seis dias o governo vai apresentar o plano de “choque de energia barata”, que, por enquanto, envolve um governador, o do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. “Se reduz impostos, abre economia e dá choque de energia barata, podemos reindustrializar o País”.

Abertura – Segundo Guedes, o governo tem dois anos para “simplificar, eliminar e reduzir impostos”, em referência ao período previsto para que o acordo entre Mercosul e União Europeia comece a entrar em vigor. Antes de começar de fato, o acordo precisa ser aprovado pelos congressos dos países que participam dos blocos.

O trabalho que o governo pretende fazer na área tributária tem o objetivo de tornar o País mais competitivo, em condições de disputar no mercado internacional e para que o acordo seja positivo para o Brasil.

Enquanto falava sobre a falta de abertura do Brasil para o comércio internacional, Guedes criticou a aliança do Mercosul com a Venezuela, que, na visão, era muito mais uma aliança política e ideológica do que uma integração econômica. “Não é uma organização econômica interessante para nós”, disse o ministro, classificando a situação como “obsoleta”.

O ministro criticou a maneira como o MDIC (antigo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio) estava funcionando na relação com o setor privado, com lideranças industriais obsoletas que travavam a abertura. “Não teria sido possível (o acordo) se não tivéssemos juntado os ministérios”, disse. “Por que a abertura comercial não foi feita antes? Parte por ideologia e parte por lobby”, disse.

O acordo com a União Europeia, na visão de Guedes, vai na linha do plano do governo de abrir o País de maneira gradual. “A abertura gradual da economia está assegurada”, disse.

O ministro disse ainda que, resolvendo a questão fiscal do Brasil, o País caminhará para a redução dos juros. “Os juros devem descer lá na frente”, disse, em referência às expectativas do mercado.




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