26 de abril de 2024
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Áreas de florestas plantadas cresceram 9,4% na Bahia em 2018

Áreas de florestas plantadas cresceram 9,4% na Bahia em 2018

As áreas de florestas plantadas na Bahia registraram um crescimento anual de 9,4% entre 2017 e 2018. Uma expansão que tem estimulado os empresários do segmento, que pretendem investir pelo menos R$ 2 bilhões nos próximos cinco anos no estado.

“Estes investimentos serão realizados em novos plantios, em programas socioambientais, em pesquisas, inovação e modernização industrial”, afirma Wilson Andrade, diretor-executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF).

O setor quer aproveitar o momento e estreitar ainda mais os laços com universidades e centros de pesquisas que desenvolvem práticas sustentáveis e produtos inovadores a partir do eucalipto. “Queremos aproximar a indústria da academia e da sociedade. Realizar ações de cooperação com universidades estaduais e federais. A ideia é trocar informações, dialogar cada vez mais, para que possamos crescer juntos”, completa Andrade.

Segundo o relatório Bahia Florestal, lançado nesta quarta-feira (07) em Salvador, durante a abertura do IV Congresso Brasileiro de Eucalipto, o estado possui 657 mil hectares de plantações florestais, o que lhe garante o quarto lugar no ranking nacional no cultivo do eucalipto. A árvore ocupa cerca de 94% da área cultivada por floresta, seguida pelas seringueiras. Ainda de acordo com o documento, as fazendas baianas já possuem a maior produtividade do país no cultivo de florestas plantadas, ultrapassando 30 metros cúbicos por hectare ao ano. E que cerca de 20% dos plantios florestais do estado são mantidos por pequenos e médios produtores.

O congresso reúne até hoje os principais representantes nacionais do setor, além de produtores rurais baianos, autoridades políticas e pesquisadores.

“Acreditamos que as florestas plantadas podem atender a demanda crescente mundial. O mundo precisa plantar 250 milhões de hectares até 2050. Nós podemos fornecer esta bioeconomia que exige cada vez mais sustentabilidade, que retém carbono e preserva as florestas nativas. Usamos cada vez mais tecnologia e ciência aplicada aos nossos produtos e queremos mostrar isso para todos”, afirma Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).

Sustentabilidade – Atualmente 634 empresas de base florestal atuam na Bahia. Elas produzem derivados da madeira nos segmentos de celulose e papel, madeira sólida e material energético. Juntaos, esses cultivos respondem por 7% da produção nacional de madeira e por 15% da celulose gerada do país. E é este uso múltiplo sustentável do eucalipto é um dos principais temas do congresso. Na Bahia, mais de 65% das áreas de cultivo já possuem certificados de sustentabilidade.

Cerca de 65% dos plantios florestais da Bahia estão na região sul do estado. O litoral norte concentra 23% da área plantada, a região oeste cerca de 6%, e 4% estão na região sudoeste.

Uma das fortes tendências é o fortalecimento dos projetos que envolvem o sistema de integração entre pecuária, lavoura e floresta, o chamado IPLF. “Essa integração entre as culturas permite melhorar o aproveitamento econômico do solo, dos equipamentos e da mão de obra disponível durante o ano todo, favorecendo o abastecimento dos três setores, além de gerar mais emprego e renda no campo”, aponta o relatório.

Outro desafio do setor na Bahia é aumentar a verticalização da cadeia produtiva, e para vencê-lo é preciso incentivar a instalação de indústrias que beneficiem o eucalipto no próprio estado. Cerca de 80% da madeira consumida aqui ainda vem de outros estados.

Tributos – As florestas plantadas são cada vez mais importantes para a economia baiana. Ano passado, o setor florestal industrial gerou R$ 14,2 bilhões para o Produto Interno Bruto, o que representa 5,4% do PIB do estado.

A cadeia produtiva do eucalipto é responsável ainda por 18,4% das exportações baianas e chegou a pagar, em 2018, mais de R$ 4,12 bilhões em impostos, o equivalente a 4,3% do total arrecadado em tributos no estado. De acordo com os dados, o setor emprega cerca de 234,5 mil pessoas no estado.

“O Eucalipto é um produto do meio rural e temos que ter orgulho deste cultivo que gera empregos formais e leva benefícios para as comunidades ao redor. Este cultivo está ligado ao avanço tecnológico, as pesquisas e ao desenvolvimento social”, afirma Moacyr Fantini Junior, presidente da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF).




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