Arqueólogos encontraram mais de seis mil artefatos históricos durante a prospecção do solo da Avenida Sete de Setembro. O trabalho foi realizado no âmbito das obras de requalificação da via, que vai do trecho da Casa D’Itália até a Praça Castro Alves, e estão sendo executadas pela Prefeitura, através da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult). No decorrer do trabalho de sondagem arqueológica, que durou mais de seis meses, foram 108 pontos de intervenção ao longo da via, número 65% maior do que o previsto inicialmente, de 66 furos.
A averiguação do terreno pelos profissionais foi finalizada e, após autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o resgate do material está em andamento. Dentre os itens históricos recuperados estão faianças (cerâmicas) portuguesas do século XVI, cerâmicas de produção local e importação, moedas, cachimbos, contas de colares, ossos e até mesmo garrafas de vidro de produção industrial e artesanal.
As obras de requalificação da Avenida Sete estão 30% concluídas. Além do processo mais demorado de arqueologia, que é muito importante para pesquisas sobre o crescimento e a história da cidade, houve um atraso na entrega de materiais que deveriam ser fornecidos pela Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa), que solicitou alterações na rede de água e esgoto secundário.
“Agora, com a finalização da prospecção arqueológica e a entrega do material da Embasa, a obra irá avançar muito mais. As intervenções são realizadas para que a cidade ganhe um local com melhorias urbanas e de infraestrutura, mais bonito e, também, para trazer uma valorização para essa região tão importante para a nossa economia”, destacou o secretário da Secult, Claudio Tinoco.
A obra, que está atualmente entre a Casa D’Itália e o Relógio de São Pedro, promove escavações para posterior instalação de redes, valas e caixas técnicas, além de nivelamento do terreno. As próximas etapas incluem a continuação da execução das redes, preparação do trecho para assentamento de meio-fio e a execução da pavimentação.
Infraestrutura – A requalificação realizada na Avenida Sete inclui a instalação de rede de água e de esgoto secundária (que liga a instalação nas residências e lojas até a principal). O sistema de drenagem também está sendo mantido para evitar pontos de alagamento. As intervenções são realizadas com base em um estudo das Bacias de Contribuição que analisa, dentre outros, o índice pluviométrico da região.
A obra também envolve concessionárias de telecomunicação. Dutos subterrâneos, também chamados de valas técnicas, estão sendo implantados para abrigar as fiações de telecomunicações ao longo da Avenida Sete, o que vai melhorar o aspecto visual. Há também uma vala secundária para ligação dos imóveis. A rede de energia elétrica de alta e média tensão continuará na versão aérea.
Arqueologia – O trabalho de prospecção arqueológica foi realizado em conjunto com as obras. As intervenções, no entanto, interrompiam trechos específicos e impediam o avançar das máquinas. Por ser um trabalho histórico, tudo foi autorizado pelo Iphan, que acompanha todos os achados e autoriza o resgate do material do solo.
Os arqueólogos passaram cerca de 180 dias com o trabalho de prospecção no local. O número não abrange as datas de captação e retirada do material da Avenida Sete. Agora, os profissionais estão realizando resgates nas áreas.
Escritório Social – Os moradores e comerciantes que tiverem dúvidas, reclamações ou sugestões sobre a obra podem ligar para o número (71) 3247-6791 ou se dirigir ao Escritório Social, montado pela Prefeitura em frente ao Fera Palace Hotel, na Rua Chile. No local é possível ter informações sobre o projeto.
O Escritório Social possui uma equipe formada por técnicos da Secult e da Secretaria de Ordem Pública (Semop), responsável pelo atendimento aos comerciantes informais. O funcionamento é de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h. O serviço também possui especialistas sociais que ficam à disposição para prestar informações a respeito de demais aspectos ligados às obras, como mudanças nos pontos de ônibus e interdições.
Obras – O projeto inclui renovação dos pisos em pedra portuguesa e os clássicos brasões no passeio, alargamento do lado esquerdo da calçada para cinco metros, novas áreas de acessibilidade, novo asfalto e ordenamento dos estacionamentos. Serão feitos também a reconstrução da rede de drenagem, os passeios diferenciados em torno dos monumentos e a implantação de parklets – espaços contíguos às calçadas destinados a lazer e convivência.
Em relação ao aspecto paisagístico, estão previstas mudanças nas fiações telefônicas – que passarão a ser subterrâneas. A iluminação será modernizada através da instalação de lâmpadas LED.
As obras na Avenida Sete e Praça Castro Alves foram financiadas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), através do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur). Os investimentos são de, aproximadamente, R$ 20 milhões.
Foto: Jefferson Peixoto/Secom-PMS