Representantes da Santa Casa de Feira de Santana, do Hospital Dom Pedro de Alcântara e da Incardio vão assinar um termo de compromisso com o Ministério da Saúde e o Hospital Sírio-Libanês para o início da Capacitação Institucional em Transplante Cardíaco. O projeto é do Ministério da Saúde sendo executado pelo Hospital Sírio-Libanês por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS – PROADI-SUS.
A solenidade acontecerá no auditório do Hotel Atmosfera, em Feira de Santana, nesta segunda-feira (28), às 9h30, seguida de uma programação téorica e multidisciplinar, que segue até o dia 31.
Diversas autoridades estarão presentes na cerimônia, dentre as quais, o secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas; o prefeito Colbert Martins; o representante da Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, Leonardo dos Santos Reis; e os representantes do Projeto Escola de Transplante da Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês, Adriana Lara Moraes e Tadeu Thomé.
Logo após a assinatura do termo de compromisso, às 10h30min., haverá uma conferência sobre os avanços e desafios do Sistema Nacional de Transplante, do Ministério da Saúde. A capacitação técnica é dirigida especificamente aos profissionais do HDPA/Incardio que vão atuar diretamente no processo de implementação do novo procedimento. Por outro lado, como o evento é único no Estado, a organização convidou ainda os profissionais de todos os serviços de cirurgia cardiovascular da Bahia.
Destaque – O Hospital Dom Pedro de Alcântara, HDPA, mantido pela Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana, em parceria com o Incardio, Instituto Nobre de Cardiologia, vem cumprindo uma série de etapas para a habilitação do serviço de transplante cardíaco desde 2016. O credenciamento junto ao Ministério da Saúde para realização dessa modalidade terapêutica foi publicado em portaria ministerial no Diário Oficial da União no dia 27 de agosto.
A expectativa, de acordo com a cirurgiã cardiovascular Ivana De Lamônica, responsável técnica pela equipe transplantadora, é que o primeiro transplante seja realizado até dezembro de 2020.
Nos últimos anos, o HDPA/Incardio vem investindo no serviço de alta complexidade em cardiologia, obtendo excelentes resultados em procedimentos cardiovasculares e cirurgias cardíacas. Com a habilitação para o transplante de coração, a instituição desponta como um grande centro de medicina para todo o Estado.
Esta será a segunda modalidade de transplante de órgãos a ser oferecida pelo HDPA. A primeira, da qual o hospital se tornou referência na Bahia, é o transplante renal que, graças aos resultados satisfatórios, impulsionou o credenciamento para o procedimento cardíaco. Desde sua implementação, no ano de 2015, o Dom Pedro já realizou 200 transplantes de rim.
Fila – Até junho deste ano, 260 pessoas aguardavam por um novo coração no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. Dentre estes pacientes, 44 são crianças. O tempo médio de espera varia de acordo com o estado de saúde e com o domicílio do paciente, podendo durar mais de um ano e meio.
Um fator importante, que inclusive chamou a atenção do Ministério da Saúde, é que o número de doações vem crescendo na Bahia. Por outro lado, a oferta da cirurgia é baixa no Estado, ao contrário do que acontece com outros órgãos transplantados, a exemplo dos rins.
“No caso do transplante cardíaco, os pacientes baianos têm que se deslocar para outros Estados em busca de tratamento”, constata a médica Ivana De Lamônica. “Atualmente, quando aparece um doador na Bahia os corações estão sendo encaminhados para os estados de Pernambuco, Minas Gerais e até mesmo para São Paulo”, explica o médico André Guimarães, chefe de cirurgia cardiovascular do HDPA/Incardio.
Cobertura do SUS – As cirurgias serão realizadas pelo Sistema Único de Saúde, SUS, com incentivos dos governos federal e estadual. Na avaliação da diretora geral do HDPA, Sandra Peggy, a habilitação é a maior conquista da Santa Casa de Feira de Santana, tornando-a um centro de excelência na Bahia.
“Primeiro, fomos credenciados para o serviço de alta complexidade em oncologia (Unacon), seguido pelo de cardiologia; o transplante renal já é uma realidade com importantes resultados para a Bahia; com o transplante cardíaco, o hospital atinge sua maturidade e sua meta de oferecer atendimentos complexos com excelência. É um marco, um novo patamar na nossa história”, comemora.
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