Um dos programas de sucesso da Prefeitura de Salvador, o Morar Melhor chegará a 40 mil casas reformadas até o ano que vem. Desenvolvido há quatro anos e já premiada, a iniciativa realiza intervenções de casas em situação precária, no valor de até R$ 5 mil. Já são mais de 120 localidades atendidas e quase 27 mil casas reformadas. Uma comitiva formada por secretários e gestores de Habitação de Campinas e Hortolândia (SP), Macapá (AP), Niterói (RJ), Nossa Senhora do Socorro (SE) e Feira de Santana (BA) participou de uma reunião de apresentação do programa e depois seguiu em visitação às obras do Morar Melhor nas localidades de São Gonçalo do Retiro, Castelo Branco e Palestina.
A visita técnica é consequência da 76ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), ocasião em que o programa foi apresentado aos governantes municipais como um dos grandes exemplos de programas de impactos sociais do Brasil. Assim que chegaram a capital baiana, os governantes participaram de uma reunião na Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Urbanismo (Sedur), no Edifício Thomé de Souza, na Avenida ACM, onde o vice-prefeito e secretário de Infraestrutura e Obras Públicas, Bruno Reis, explanou detalhes técnicos sobre o Morar Melhor.
“O Morar Melhor tem depoimentos marcantes que nos sensibilizam sempre. Não há nenhuma obra hoje que toque mais diretamente em uma família do que esse projeto. Quando reformamos a casa de alguém, tocamos no coração. Por isso o programa já é a iniciativa mais desejada da cidade”, afirma o secretário. Reis acrescenta ainda que o Morar Melhor será expandido aos bairros que ainda não foram contemplados e com uma novidade. “Na terceira etapa o valor da reforma por casa passará para 7 mil reais”, assegura o secretário.
À tarde, a comitiva de secretários seguiu em visita às casas beneficiadas pelas melhorias do programa. Ao chegar à Baixinha de Santo Antônio, nas ruas Santo Onofre e 29 de setembro, no bairro do São Gonçalo do Retiro, onde 200 casas foram contempladas, os governantes puderam ver de perto a grandiosidade do projeto. Admirado com o alcance social da iniciativa, o secretário de Habitação de Niterói, Roberto Fernandes, teceu elogios e fez questão de afirmar que vai implantar a iniciativa em sua cidade. “Com certeza vamos copiar no Rio de Janeiro. Uma ação como essa merece ser reproduzida, é um projeto incrível que resgata a dignidade das pessoas. É emocionante chegar na casa de uma pessoa que não tinha telhado e ouvir o quanto está feliz por ter um abrigo coberto”, comentou.
Casa nova, vida nova – Com a casa totalmente reformada, desde outubro, a dona de casa Angelita Barbosa, 41 anos, descreve a emoção de sentir protegida em dias de chuva. A casa de nº 259, que antes tinha telhas velhas escoradas em pedaços de madeira, recebeu telhado, pintura, portas e janelas novas. “Molhava tudo aqui. A gente nem dormia. Esse programa é uma benção, eu nunca teria dinheiro para reformar minha casa. A Prefeitura chegou aqui e fez. Posso dizer que ganhei uma casa novinha em folha e hoje minha família mora melhor”, disse a beneficiária que vive no imóvel com três filhos, marido e uma neta. Após conhecer as melhorias dos imóveis em São Gonçalo do Retiro, o grupo esteve nas regiões de Castelo, na Regional São Cristóvão, Via Regional e Rua Novos Talentos, onde 282 imóveis foram beneficiados e na sequência no bairro da Palestina, nas ruas Tancredo Neves e Getúlio Vargas da Palestina, região em que Morar Melhor foi implantado em 200 imóveis.
Inspirando o Brasil – Esta não é a primeira vez que o Morar Melhor é exibido para representantes de outras cidades e estados. Já estiveram na capital para conhecer o programa as prefeituras de Caruaru (PE), Camaçari, Paulo Afonso, Indiaroba (SE), Campinas (SP e Maricá (RJ), além dos estados de Tocantins, São Paulo e Alagoas. Em 2018, a iniciativa foi apresentava em Brasília na Comissão Mista no Congresso e em Washinton, no evento “Tools for Building Resilient Infrastructure Workshop”, promovido pelo programa 100 Cidades Resilientes (100RC).
Desenvolvido sob a coordenação da Seinfra, o Morar Melhor é divido em três fases: cadastramento, execução das obras e fiscalização. As melhorias são indicadas pelos próprios moradores e incluem reboco e pintura, recuperação ou troca de telhado, troca de esquadrias (portas e janelas) e instalações sanitárias. O cadastramento das residências é feito pela Prefeitura. Os critérios adotados são a precariedade dos bairros, baseado em dados do IBGE 2010; maior predominância de domicílios com alvenaria sem revestimento; maior predominância de pessoas abaixo da linha de pobreza, com renda per capita inferior a R$ 85; maior predominância de mulheres chefe de família; maior densidade habitacional e precariedade habitacional obtida pela observação de campo.
Foto: Jefferson Peixoto/Secom-PMS