16 de abril de 2024
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Registros telefônicos desmentem desembargadores presos na Operação Faroeste

Registros telefônicos desmentem desembargadores presos na Operação Faroeste

As quebras dos sigilos telefônicos realizadas pela Operação Faroeste desmentem a versão apresentada por desembargadores acusados de vender sentenças sobre as relações com o mentor do esquema de grilagem de terras centralizado no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ).

De acordo com a coluna Satélite do jornalista Jairo Costa Júnior do Correio, em depoimento à PF, o desembargador afastado José Olegário Monção Caldas disse que só passou a ter contato com o falso cônsul de Guiné-Bissau Adailton Maturino em 2016, quando viraram vizinhos de condomínio. Porém, foram detectadas ligações feitas antes da data para Maturino, a partir do telefone em nome da esposa de José Olegário.

Segundo o Correio, o histórico de ligações confirma ainda o vínculo de seis dos sete magistrados denunciados ontem pela PGR com operadores do esquema e “reforça a atuação criminosa em rede de todos eles”. No período sob investigação, houve troca de 5.225 chamadas entre juízes, desembargadores, o casal Adailton e Geciane Maturino e demais alvos. A PGR destaca que a conta não inclui ligações e mensagens por aplicativos como o WhatsApp.

A publicação informa que, na denúncia ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), a PGR acusa magistrados da Corte baiana de se articularem para monitorar e travar investigações do Ministério Público do Estado (MP) contra o esquema da Faroeste. “Percebe-se que as operações Oeste Legal e Inmobillis (desencadeadas em 2016), não obstante tivessem o propósito de investigar, a primeira, grilagem de terras no Oeste baiano, e a segunda, fraudes imobiliárias, não apresentaram qualquer tipo de resultado público até o presente momento”, afirma a PGR. A cargo do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas do MP (Gaeco), a Inmobillis teve como alvos de prisão Adailton e Geciane Maturino. O falso cônsul fugiu antes da batida da polícia. Sua esposa chegou a ser detida, mas foi liberada pouco depois. Nesse período, ressaltou a PGR, houve intensa troca de telefonemas entre desembargadores hoje afastados, advogados e Maturino.

A ofensiva da PGR lançou luz sobre dois nomes fora da rol de denunciados. Um é o advogado Alano Frank, apontado como intermediário da venda de decisões e alvo de futuro cerco do MPF. O outro, Fábio Catão, é conhecido operador financeiro.




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