3 de maio de 2024
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Cuidado para não pegar coronavírus na alma – por José Lopes

Cuidado para não pegar coronavírus na alma – por José Lopes

Depois de cinco dias trancado em casa, hoje pela manhã precisei ir ao mercado do bairro. Das poucas pessoas que encontrei no caminho, percebi que a maioria parecia muito feliz – da mesma forma que eu – em poder dizer e escutar de volta um simples “Bom Dia”. Outras viraram a cara.

Nunca uma expressão tão simples e corriqueira pareceu dizer tanta coisa: estou feliz por estarmos bem, vamos manter a vontade de viver e vencer essa pandemia, estou feliz por encontrar você.

Minha saída ao mercado foi rápida, fui e voltei andando em menos de 1 hora. O risco valeu a pena: precisei comprar comida e material de limpeza para as pessoas que dão sentido todos os dias a minha vida, a minha família.

Nunca valorizei tanto uma caminhada ao ar livre. Nunca valorizei tanto o serviço da moça do caixa, da moça do balcão de frios, do açougueiro, do rapaz que repõe as mercadorias e dos empacotadores. Eles precisam dos seus empregos e estão se arriscando todos os dias por todos nós. Suas famílias dependem deles e também as nossas famílias.

No caixa, as moças disseram que algumas pessoas se comportam com muito egoísmo, comprando tudo o que podem e como se apenas elas estivessem precisando de mantimentos para sobreviver a esta pandemia.

Foi então que percebi que pior do que pegar o tal coronavírus – que no máximo vai matar nosso corpo físico – é já estar com a alma pequena, é estar doente no espírito, é se tornar materialista.

Aí não tem álcool em gel, máscara de proteção ou antibiótico cloroquina que dê jeito. Aí a gente só se salva com o milagre misterioso de um coração convertido, temente a Deus, cristão.

Percebi que o verdadeiro combate não é na medicina, é para saber quem é o senhor da nossa alma, quem somos nós diante das adversidades da vida. É isso que está em jogo.

Que Deus, Pai, todo poderoso, nos dê discernimento, sabedoria e tenha piedade de nós.

José Lopes é jornalista, católico e devoto de São Francisco Xavier, milagroso Padroeiro da Cidade de Salvador em tempos de epidemia.




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