2 de maio de 2024
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Witzel admite “colapso” na saúde do Rio de Janeiro

Witzel admite “colapso” na saúde do Rio de Janeiro

O governador do Rio, Wilson Witzel, admitiu, na noite desta terça-feira (28), que a rede estadual de saúde já se encontra em estado de “colapso” devido à alta demanda de pessoas infectadas pelo coronavírus. A fala do governador aconteceu durante uma entrevista para o site “O Antagonista”, transmitida pela internet.

Durante a conversa, Witzel destacou que atualmente há mais de 300 pessoas aguardando uma vaga de CTI de hospitais da rede pública e foi cauteloso ao falar sobre a flexibilização da quarentena, mas admitiu que está em estudo uma espécie de rodízio, pelo número do CNPJ, para a reabertura gradual do comércio. Na entrevista, o governador também criticou o presidente Jair Bolsonaro por “colaborar para desinformar a população” e fez avaliações sobre o enfrentamento da doença na capital, na Baixada Fluminses e nas favelas.

“Hoje nós temos em torno de 30% da população nas ruas. Estamos no colapso da saúde já. Se formos liberar mais alguma atividade, quanto isso vai impactar nos transportes? Isso vai aumentar de 30% da população nas ruas para 50%. Isso corresponderá a quanto? É difícil de calcular porque não sabemos quanto serão contaminados e quantos precisarão estar no hospital — ponderou o governador, destacando que o aumento de pessoas nas ruas poderá impactar diretamente o serviço de saúde.

Ainda sem cravar datas, ele disse que a abertura do comércio deverá ser feita de forma gradual, por fases. O governador citou a possibilidade de implementar um sistema de rodízio no comércio pelo número do CNPJ.

“Estamos levantando se isso é viável, estudando para abrir a economia sem ter o impacto muito grande sobre as pessoas. Não há uma fórmula. A ideia mais próxima é fazer algum tipo de abertura após todos os hospitais de campanha prontos, o que seria na segunda quinzena de maio”, diz Witzel, destacando que 70% da população economicamente ativa estão na Região Metropolitana. — Não teremos hospitais para atender essa demanda. Mas temos que minimamente aos poucos fazer a abertura econômica. Mesmo com todos os hospitais instalados não podemos fazer abertura muito ampla.

De acordo com o governador, Bolsonaro “colaborou para desinformar a população”, incentivou a ida às ruas e “prejudicou muito” o enfrentamento da Covid-19 ao politizar a doença, pensando nas eleilções. “Enfrentamos aquela discussão com presidente da República Jair Bolsonaro, que fez a primeira manifestação em cadeia de rádio e TV dizendo era uma gripezinha e que algumas pessoas iriam morrer. O problema não são algumas pessoas, mas milhares de pessoas. Pior de tudo é que não é uma gripezinha, é uma doença extremamente grave e traiçoeira”, criticou o governador, que ainda se recupera dos sintomas da Covid-19 e tossiu várias vezes durante a entrevista.

Witzel também mencionou a dificuldade em comprar equipamentos médicos e o controle da demanda como obstáculos encontrados para conseguir oferecer vagas em leitos para os infectados pelo coronavírus no estado.

O governador também lembrou que prefeitos de cidades da Baixada Fluminense “não foram tão contundentes” no combate à doença. “Nós, no estado do Rio, procuramos desde o começo ficar em casa. E, em grande parte, conseguimos. Praias vazias, shoppings… A capital se adaptou. Algumas cidades da Baixada demoraram um pouco mais”, afirmou. “O resultado está sendo o aumento da contaminação na região da Baixada, que é muito preocupante. Agora, o que se vê é que a população e os próprios prefeitos entenderam a complexidade e estão colaborando mais. A população está vendo os caminhões frigoríficos chegarem nos hospitais e não precisa dizer mais nada”, lembrou.




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