O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a condenação do deputado federal Luiz Caetano (PT) por improbidade administrativa devido a irregularidades na contratação da Fundação Humanidade Amiga, quando o petista era prefeito de Camaçari. A decisão transitou em julgado e, na prática, não cabe mais recurso.
Por unanimidade, a Primeira Turma da Suprema Corte rejeitou o recurso do ex-deputado e manteve a condenação, seguindo o voto da ministra Rosa Weber, relatora do caso. Ela remeteu a baixa definitiva do processo ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), que já havia condenado Caetano em primeira e segunda instâncias.
A ministra também certificou, sobre a decisão de trânsito em julgado, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que foi o autor da denúncia contra o ex-prefeito. Caetano foi condenado em primeira instância em 2016 e a decisão foi confirmada pelo TJBA em 2016. Dois anos depois, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a condenação.
Pela sentença, agora transitada em julgado, Caetano está inelegÃvel por cinco anos e terá que devolver R$ 304 mil aos cofres públicos, além de pagar multa de mesmo valor. Esta condenação tornou Caetano inelegÃvel já nas eleições de 2018, o que impediu que ele seguisse na Câmara dos Deputados. O petista até disputou o pleito, mas foi barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devido à condenação.
Outros casos – A novela judicial de Caetano, contudo, segue com outros capÃtulos. Embora este processo tenha sido encerrado, o ex-deputado segue respondendo a outras ações na Justiça por uma série de irregularidades cometidas no perÃodo em que foi prefeito de Camaçari, entre 2005 e 2012, e, inclusive, já foi condenado em instâncias inferiores em algumas delas.
Em abril deste ano, por exemplo, Caetano foi condenado, em primeira instância, pelo TJBA por improbidade administrativa e dano ao erário por irregularidades no pagamento de despesas de água e luz do Centro Comercial.
Na Justiça Federal, o petista também já foi condenado, no âmbito administrativo, por fraudes nas obras na linha do trem de Camaçari. Neste caso, o ex-deputado responde também na esfera criminal e, se for condenado como foi na administrativa, pode ser preso.
Caetano ainda responde, na Justiça Federal, por irregularidades nas obras do Rio Camaçari que podem ter provocado um rombo de pelo menos R$ 1,8 milhão aos cofres do municÃpio por meio de superfaturamento e sobrepreço, conforme acusação do Ministério Público Federal (MPF).
A fraude, no entanto, pode ser ainda maior, tendo em vista que o municÃpio foi obrigado a devolver 26 milhões por inconsistências nas medições realizadas durante as investigações, que continuam sendo realizadas. A devolução dos recursos foi necessária para que a terceira etapa das intervenções pudesse ser retomada.