Uma semana após a devastadora explosão na área portuária de Beirute, aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) descarregaram no Aeroporto Internacional Rafic Hariri, nesta quinta-feira (13), seis toneladas em alimentos, medicamentos e equipamentos de saúde.
A comitiva chefiada pelo ex-presidente Michel Temer, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, pousou horas depois.
— O povo brasileiro está “empenhadíssimo” em auxiliar o Líbano — comentou o ex-presidente ao desembarcar em Beirute, afirmando que a ajuda humanitária fortalece ainda mais o que chamou de “relação fraterna e politicamente sólida” entre o Brasil e o Líbano.
A diáspora libanesa no Brasil tem cerca de 12 milhões de pessoas, entre elas, o ex-presidente — quase o dobro da própria população libanesa, atualmente estimada em 6,8 milhões de pessoas, de acordo com o Banco Mundial. Segundo o Itamaraty, há hoje mais de 20 mil brasileiros vivendo no Líbano.
O general da Brigada libanesa, Albert Hyar, agradeceu a missão humanitária ao Líbano:
— Muito obrigado ao governo, ao povo brasileiro — disse em português.
Formada por senadores, autoridades federais e membros da comunidade libanesa no Brasil, a comitiva seguiu do aeroporto para encontro com o presidente Michel Aoun no Palácio Presidencial de Baabda, a 10 quilômetros do porto de Beirute, epicentro da explosão de 2.750 toneladas de nitrato de amônio que devastou parte da cidade.
Em seguida, o ex-presidente se reuniu com líderes das diferentes confissões religiosas na Residência da Embaixada do Brasil em Beirute, onde comentou sobre uma parte do encontro com o líder libanês:
— Dissemos que o Brasil está inteiramente às ordens, não só para a ajuda humanitária mas para ajudar a promover um inter-relacionamento saudável dentro do Líbano — disse Temer.
As explosões da semana passada – que deixaram até o momento 170 mortos, 6 mil feridos e 300 mil desabrigados – reiniciaram os protestos contra a classe política e o sistema de governo sectário, e levaram à renúncia do primeiro-ministro Hassan Diab, após seis meses no cargo.
Segundo Temer, a missão de ajuda humanitária, ou qualquer outra ajuda que o governo brasileiro prestar ao Líbano no futuro, não se trata de um interesse eleitoral ou político, mas de um interesse do povo libanês.
— Devo dizer até que este é o desejo de todos os libaneses que residem no nosso país; eles querem um Líbano pacificado — completou o ex- presidente.
O monsenhor Boulos Matar, ex-arcebispo maronita de Beirute agradeceu a missão brasileira e acrescentou:
— [Os libaneses] são um povo trabalhador, é um povo que merece viver com paz, e viver com solidariedade.