25 de abril de 2024
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Ex-secretário da Saúde de Witzel afirma ter sofrido ameaças dentro da cadeia

Ex-secretário da Saúde de Witzel afirma ter sofrido ameaças dentro da cadeia

O ex-secretário estadual de Saúde Edmar Santos revelou, em depoimento, ter sofrido ameaças enquanto esteve preso em Niterói, Região Metropolitana do Rio, em uma cadeia exclusiva de policiais — Edmar já foi da PM.

As afirmações constam do acordo de colaboração firmado com o Ministério Público Federal (MPF) e homologado esta semana pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O RJ1 teve acesso a parte dos 33 anexos do depoimento aos procuradores.

Edmar Santos afirmou que sofreu pressão enquanto esteve preso para informar se tinha fechado algum tipo de acordo de delação. Segundo ele, um sargento — que também estava preso — tentou por diversas vezes obter informações sobre colaboração premiada.

O ex-secretário afirmou que o sargento dizia ser próximo ao deputado Marcio Canella, do MDB, e a outros políticos. Edmar disse que não acredita que as perguntas foram motivadas por mera curiosidade, pela frequência com que foram feitas.

Edmar relatou também que um policial que trabalhava no presídio avisou que ele deveria trocar de advogado. Esse policial afirmou ainda que caso obedecesse, “o grupo não o abandonaria”.

O ex-secretário disse acreditar que o recado tenha vindo do grupo do Pastor Everaldo. Everaldo é o presidente nacional do PSC, o partido do governador Wilson Witzel, e foi candidato à Presidência, em 2014.

Edmar Santos foi preso no mês passado após uma operação do Ministério Público Estadual em uma operação que investigava fraudes na compra de respiradores. Acabou solto há uma semana, a pedido do MPF, porque se tornou um colaborador da Justiça.

Edmar Santos afirmou também que a Organização Social Idab empregava funcionários indicados por parlamentares.

O Idab é responsável atualmente por administrar sete unidades de pronto-atendimento no estado e geriu os Hospitais Zilda Arns, em Volta Redonda, e Anchieta, no Rio, destinados a pacientes com coronavírus.

O ex-secretário deu detalhes ainda de choque de interesses dentro da pasta.

Segundo Edmar, Mariana Scardua, ex-subsecretária responsável por cuidar da gestão das Organizações Sociais, foi indicada por Ramon de Paula Neves.

Ramon foi subsecretário de Desenvolvimento Rural da Secretaria Estadual de Agricultura e seria “muito ligado ao governador e ao grupo do empresário Mario Peixoto” — que está preso suspeito de corrupção.

Edmar disse que Ramon Neves pressionava para contratação de empresas de Mario Peixoto e se queixava do controle da secretaria pelo grupo do Pastor Everaldo.




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