4 de maio de 2024
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Baiano Eduardo Robson lidera ranking mundial de jiu-jitsu

Baiano Eduardo Robson lidera ranking mundial de jiu-jitsu

No esporte, ter 45 anos de idade é sinônimo de experiência e de já ter vivenciado praticamente tudo que a modalidade oferece. Mas para Eduardo Robson dos Santos, o quase meio século de vida é sinal de amadurecimento em andamento nos tatames.

De Gandu, sua cidade natal no Baixo-Sul do estado, Robson assumiu o primeiro lugar no ranking mundial da categoria master 3 pesado do jiu-jitsu, definido pela IBJJF (Federação Internacional de Jiu-Jitsu Brasileiro, na sigla em inglês), órgão que coordena os rankings do esporte.

Esse foi um um feito inédito na curta carreira como lutador, único nordestino a estar na ponta da lista de uma das categorias da arte marcial.

Bom, a carreira é curta porque Eduardo Robson resolveu entrar no jiu-jitsu em 2015, quando sentia dor no corpo. “Procurei um médico porque sentia muitas dores na coluna, então ele me receitou que fizesse alguma atividade física. Na época, questionei como faria uma atividade de força com essas dores, mas ele insistiu”, revela.

E o primeiro contato com a luta aconteceu poucos dias depois da ida ao consultório, ao passar em frente a uma academia e entrar para assistir a uma aula. “Depois do treino, um dos professores disse para eu ir fazer uma aula experimental no dia seguinte, e como tinha a recomendação do médico, resolvi fazer”, explica.

O estímulo dado ao calouro foi suficiente para seguir na arte marcial e hoje, cinco anos depois, alcançar o posto de melhor da sua categoria. A mastrer 3 contempla atletas entre 41 e 45 anos, e Robson atua na categoria até 94,3kg, que reúne outros 1.290 lutadores ao redor do planeta.

Para ele, fica a sensação de “dever cumprido”, afirma, e acredita que os bons resultados são fruto do empenho: “Eu trabalhei muito e assumir esse primeiro lugar no ranking brasileiro e depois mundial foi histórico para mim e para meu município”.

Dentro dos tatames o atleta acumula uma marca interessante: 52 vitórias e todas por finalização. Ou seja, não foi necessário esgotar o tempo máximo da luta.

Dos parceiros de treino ele ganhou o apelido de Sniper, por ser certeiro nos golpes, assim como os atiradores de elite, e prezar pela técnica na hora da luta: “Eu não uso tanto a força, acho que mantenho a calma e sou muito preciso nos golpes”, afirma.

Patrocínio – Apesar do bom desempenho, Robson não vive do jiu-jitsu, nem consegue bancar sua atuação no esporte. Esse, por sinal, é o grande sonho: ter um patrocinador fixo que o possibilite disputar mais campeonatos.

Ele treina em Itabuna, a 140 km de Gandu. E todas as viagens que fez para competir foram através de vaquinhas que promoveu. “Eu consigo ajuda através de comerciantes daqui da região e de algumas prefeituras que me dão suporte. Vou para os campeonatos e faço questão de divulgar todos me ajudam”, afirma Robson, que divide a rotina de lutador com o trabalho no site de notícias que tem na cidade, o Ganduzão.

“Queria um patrocinador que olhasse para mim e valorizasse meu trabalho ainda mais”, diz o atleta, que viu a situação econômica dos seus patrocinadores temporários piorar por causa do coronavírus.

Durante a pandemia, ele tem mantido o condicionamento em casa – e nem tem condição de se deslocar até Itabuna porque depende dos ônibus universitários que transitam entre os municípios e estão suspensos. Quando tudo passar, espera focar ainda mais nos treinos e atuar ainda por mais cinco anos nos tatames. Com o 1º lugar no ranking, espera ter mais visibilidade daqui para frente para crescer no esporte.




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