28 de março de 2024
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Museu Wanderley Pinho vai reforçar turismo na Baía de Todos-os-Santos

Museu Wanderley Pinho vai reforçar turismo na Baía de Todos-os-Santos

À medida que os barcos que navegam pela Baía de Todos-os-Santos se aproximam da Praia de Caboto, no município de Candeias, surge a visão de um casarão em obras na costa. É o Museu do Recôncavo Wanderley Pinho, que está sendo restaurado e será reaberto no primeiro semestre de 2021. Casa-Grande do Engenho Freguesia, datado do século 16, a construção acompanhou a secular história baiana. Transformado em museu em 1971, o espaço foi fechado há 20 anos e, com a reabertura, vai retratar os fatos históricos do Recôncavo e que o próprio prédio acompanhou ao longo do tempo.

A propriedade integra o roteiro náutico e cultural do Recôncavo, junto com outras 12 intervenções do Prodetur Nacional Bahia na região. Na terça-feira (15), o secretário de Turismo da Bahia, Fausto Franco, realizou uma nova visita técnica para conferir o andamento das obras, inciadas em fevereiro de 2020.

“Estive aqui há um mês e percebo que as obras estão adiantadas mesmo com a chuva e a pandemia do coronavírus. Além de revitalizar o museu, revitalizamos a área da capela. Está sendo feito um novo atracadouro, um espaço para eventos e um restaurante”, conta o secretário, que acredita que o museu deve ajudar a desenvolver a região da Baía de Todos-os-Santos.

Uma exposição histórica permanente deve ocupar o casarão, enquanto a fábrica de açúcar poderá receber mostras temporárias, eventos e ainda abrigar peças e achados arqueológicos capazes de explicar o processo de produção do açúcar. O complexo ainda conta com uma capela, um atracadouro e uma área de restaurante com mais de 200 lugares.

Casarão era a antiga Casa-Grande do engenho (Foto: Tatiana Azeviche/ Divulgação)
O espaço possui um acervo com mais de 200 peças, como roupas, paramentos, pinturas, cerâmica, objetos decorativos e mobiliário, produzidos a partir do século 17. Além dos objetos, o museu vai utilizar de intervenções tecnológicas para recontar a história da região.

“O museu trata da história econômica, política e social do Brasil. Ele não traz só peças, mas os fatos históricos que aconteceram aqui. Usamos vários recursos, como texto, vídeo, painéis, além dos objetos, para contar a história do engenho e do povo do Recôncavo. O acervo original do museu foi restaurado e estará presente na reabertura”, conta a diretora de museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia (Ipac), Maria de Fátima dos Santos.

Acompanhando os movimentos sociais recentes de revisionismo histórico, o período escravocrata deve ser revisitado no museu, afirma o diretor-geral do Ipac, João Carlos Oliveira. “Acredito que o espaço pode revisitar esta história da Baía de Todos-os-Santos e como ela também passou pelo uso de mão de obra escrava e pela produção de açúcar”, diz.

Uma das formas de chegar ao museu é pelo mar, assim como faziam os moradores da região no passado. Andréia Brandão, coordenadora de projetos turísticos do Prodetur, aponta que o trajeto pela baía estreita a conexão entre o ponto turístico e o oceano remetendo ao vínculo cultural da região.

“Ao permitir que se chegue ao atrativo cultural pelo mar, alinhamos dois nichos diferentes de turismo. Além da parte náutica, existe a cultura pois a distribuição dos produtos na região era feita em saveiros, não por terra. Ter essa visão do local pelo oceano também vai contar uma história”, relata.




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