A mineradora Bamin arrematou nesta quinta-feira (08) a concessão do trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). A empresa foi a única a apresentar lance, com o valor mínimo de outorga, de R$ 32,73 milhões.
O presidente da Bamin, Eduardo Ledsham, destacou a importância da obra para a Bahia. “Sem dúvidas estamos fazendo história. Estamos encurtando a distância entre presente e futuro no desenvolvimento da Bahia e o desenvolvimento do país”, destacou.
Para ele, o trecho consolida três fatores fundamentais para o desenvolvimento do Brasil: mineração, agropecuária e logística. “Este trecho é extremamente importante para diversas pessoas que acreditam neste desenvolvimento sustentável dos diversos setores da economia”, disse. “Os 20 municípios entre Caetité e Ilheus podem ter a certeza de que vamos trabalhar duro para garantir a prosperidade e o sucesso”, garantiu.
Com 537 quilômetros de extensão, a via ligará Ilhéus a Caetité, na Bahia. O projeto auxiliará o escoamento do minério de ferro produzido na região de Caetité e da produção de grãos e minério do Oeste da Bahia pelo Porto Sul, complexo portuário a ser construído nas imediações de Ilhéus. O interesse da Bamin era previsto já que a empresa opera a Mina Pedra de Ferro, em Caetité.
Com a vitória a Bamin será responsável pela conclusão das obras – hoje 80% prontas – e operação do trecho. A concessão é de 35 anos, totalizando R$ 3,3 bilhões de investimentos. Desse total, R$ 1,6 bilhão será utilizado para a finalização do trecho.
Na visão do ministro da Infraestrutura, a Infra Week, semana para conceder à iniciativa privada 28 ativos de infraestrutura, já é um sucesso. “Emblemático fazer leilão de ferrovias. Nunca se fez tanto em ferrovias e um dos nossos objetivos é justamente o reequilíbrio da matriz de transporte. Estamos diante do projeto mais transformador da Bahia”, afirmou, após a revelação do lance do vencedor.
A expectativa é de que o trecho 1 da Fiol entre em operação em 2025, transportando mais de 18 milhões de toneladas de carga. Em 10 anos, esse volume deve mais que dobrar, superando os 50 milhões de toneladas em 2035.
O traçado da Fiol 1 atravessará as cidades de Ilhéus, Uruçuca, Aureliano Leal, Ubaitaba, Gongogi, Itagibá, Itagi, Jequié, Manoel Vitorino, Mirante, Tanhaçu, Aracatu, Brumado, Livramento de Nossa Senhora, Lagoa Real, Rio do Antônio, Ibiassucê e Caetité, todas na Bahia.
A ferrovia será o modal de transporte para cargas como minério de ferro, alimentos processados, cimento, combustíveis, soja em grão, farelo de soja, manufaturados, petroquímicos e outros minerais.
No início das operações, 16 locomotivas e 1,4 mil vagões estarão em operação, dos quais, pelo menos, 1,1 mil serão destinados ao escoamento de minério de ferro. Em 10 anos, a expectativa é chegar a 34 locomotivas e 2.600 vagões.
O Governo Federal também trabalha nos projetos para concessão dos outros dois trechos: a Fiol 2, entre Caetité e Barreiras/BA, com obras em andamento, e a Fiol 3, de Barreiras a Figueirópolis/TO, que aguarda licença de instalação por parte do Ibama.
A Fiol será um corredor de escoamento com 1.527 quilômetros de trilhos, ligando o porto de Ilhéus, no litoral baiano, ao município de Figueirópolis, ponto em que ela se conectará com a Ferrovia Norte-Sul e o restante do país.
Infra Week – O último leilão da Infra Week ocorre nesta sexta-feira (9) quando serão concedidos à iniciativa privada cinco terminais portuários. São quatro terminais de líquido no Porto de Itaqui, no Maranhão, importantes para a logística de distribuição de combustível no Nordeste; e um no Porto de Pelotas, no Rio Grande do Sul, destinado à madeira.
Na quarta-feira (7), foram leiloados 22 aeroportos divididos em três blocos. A arrecadação total chegou a R$ 3,3 bilhões, com investimento garantido de R$ 6,1 bilhões previstos. São previstos R$ 2,85 bilhões no bloco Sul, R$ 1,80 bilhão no Central e R$ 1,48 bilhão no Norte.