23 de abril de 2024
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Cruz das Almas registra guerra de espadas nos bairros

Cruz das Almas registra guerra de espadas nos bairros

A guerra de Espadas é proibida em Cruz das Almas desde 2011, mas a “canetada” não consegue inibir a festa que é marca registrada do São João no município. Neste ano, além da proibição, também houve uma recomendação do Ministério Público do Estado (MP-BA) para coibir a manifestação por conta da Pandemia do coronavírus. Nada disso foi suficiente: na última semana pelo menos dois casos foram registrados no município.

O último deles foi no final da noite de terça (22) e durou até a madrugada de ontem, véspera de São João. Cerca de 20 espadeiros acenderam suas espadas na Rua Alberto Passos. De acordo com relatos de moradores, além da festa de espadas, também havia pessoas soltando bombas.

Segundo a Polícia Militar, uma guarnição da 27ª CIPM foi acionada com informações de que estava ocorrendo guerra de espadas com aglomeração na Rua da Estação, em Cruz das Almas. Com a chegada das guarnições, os participantes dispersaram.

Antropólogo e pesquisador da tradição da guerra de espadas na Bahia, Rodrigo Wanderley afirma que a criminalização da guerra de espadas não é um caminho inteligente para tentar conter a festa num período de Pandemia.

O especialista afirma que um dos grandes charmes e marca registrada dos espadeiros é o responsável por haver as aglomerações mesmo durante Pandemia: não há uma unidade ou organização dos espadeiros.

“É um movimento muito orgânico. Fazer ou não a festa neste momento tem mais a ver com o entendimento de cada pessoa a respeito da pandemia do que sobre a festa de espadas”, afirmou.

Acostumados com a festa, moradores da cidade no Recôncavo Baiano se prepararam para o momento assim como fazem todos os anos: tapumes foram colocados nas casas para evitar queimaduras nos portões e casas como em qualquer ano.

Um morador do bairro Coplan, que preferiu não se identificar, contou que no ano passado houve guerra de espadas mesmo com a Associação de Espadeiros de Cruz das Almas pedindo para que não fossem realizados eventos. Neste ano, a associação não se manifestou.




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