25 de novembro de 2024
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Ciro Gomes é vaiado em ato contra Bolsonaro e rebate: “fascistas de vermelho”

Ciro Gomes é vaiado em ato contra Bolsonaro e rebate: “fascistas de vermelho”

A manifestação contra o governo do presidente Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo, concentrou a presença dos principais presidenciáveis para as eleições de 2022. Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSol), assim como outras lideranças políticas, aproveitaram o ato para pedir o impeachment do presidente Bolsonaro.

O discurso de Ciro Gomes provocou reação de parte dos manifestantes. Ele foi vaiado e xingado durante toda sua fala contra Bolsonaro por um grupo de apoiadores do ex-presidente Lula. O grupo gritava o nome de Lula ao longo da manifestação. Alguns copos de plástico chegaram a ser arremessados em direção ao caminhão enquanto o presidenciável discursava. Enquanto isso, apoiadores de Ciro gritavam seu nome em apoio.

“Bolsonaro a tua hora está chegando, porque o povo brasileiro é muito maior que os fascistas de vermelho ou de verde e amarelo”, respondeu Ciro diante das vaias.

No início da fala, Ciro já havia partido para o ataque contra o presidente. “Fora Bolsonaro. Eu digo por que Fora Bolsonaro. Porque Bolsonaro é responsável por mais de 600 mil mortes de brasileiros. Porque Bolsonaro é corrupto, roubou a vacina que faltou para salvar a vida de brasileiros. Fora Bolsonaro porque enche de vergonha o Brasil no estrangeiro. Fora Bolsonaro porque está destruindo a economia nacional do Brasil”, disse Ciro.

“O impeachment de Bolsonaro é a única forma que a nação brasileira tem de se proteger contra um golpe de estado. Só há um jeito para impedir um golpe de estado no Brasil: é o povo na rua”, completou.

Com as vaias, no final do discurso, Ciro disse que estava acostumado a esse tipo de atitude, e que já tem experiência suficiente para ter enfrentado situações como essa, mas que a união era para “um bem maior”.

No começo da noite, a assessoria de imprensa de Ciro Gomes divulgou uma nota se posicionado sobre o ocorrido, afirmando que apesar das hostilidades, Ciro e o presidente do PDT, Carlos Lupi, estavam em confraternização e saíram do ato com tranquilidade. “São atos covardes de quem não está interessado no país. Esses covardes não intimidarão quem quer que seja. Ciro e o PDT seguirão na luta contra Bolsonaro e a favor do Brasil”, diz trecho da nota.

Unidade – Ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos abriu o último bloco do ato na Avenida Paulista destacando a diversidade de pessoas e partidos presentes no ato. Segundo ele, a diversidade política presente hoje nas ruas inclui “gente, inclusive, com quem a gente tem muita diferença”, afirmou. Na sequência, disse que as diferenças são menores do que a união para “tirar Bolsonaro”.

Fernando Haddad, por sua vez, defendeu que o governo do presidente Bolsonaro chegue ao fim antes das eleições de 2022. “Não podemos perder de vista o que nós estamos fazendo aqui”, disse. “Estamos aqui porque o povo quer comer e Bolsonaro não deixa, o povo quer estudar e Bolsonaro não deixa, quer trabalhar e o governo Bolsonaro não deixa”, disse.

“Temos que buscar o sentimento comum e o sentimento comum é ‘fora, Bolsonaro’”, afirmou o deputado carioca Marcelo Freixo (PSB), que também discursou no ato. “As ruas estão pedindo a nossa unidade”, defendeu em outro momento.

Lideranças políticas – A presidente nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), pediu “unidade” na luta pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro durante ato na Avenida Paulista. “Vamos continuar nas ruas, vamos continuar dizendo que não queremos esse governo”, afirmou.

Em seu discurso no caminhão de som em frente ao Masp, a parlamentar afirmou que neste momento a população precisa pressionar a Câmara dos Deputados e o seu presidente, Arthur Lira (PP-AL), pela abertura do processo de impeachment contra Bolsonaro. “Para tirar Bolsonaro nós precisamos pressionar a Câmara”, disse.

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, fez coro à fala da parlamentar durante seu discurso. Ele disse que “não há mais briga” e que “agora é todo mundo junto contra Bolsonaro”.

Segundo Medeiros, “ainda dá tempo” e a população não precisa esperar até as eleições do ano que vem para tirar Bolsonaro do Planalto. “Estamos demonstrando hoje, com a ampliação do nosso movimento, que nós não vamos esperar até 2022”, afirmou.

Orlando Silva (PcdoB), comparou o ato deste sábado ao Diretas Já. “Nós estamos fazendo história. No dia 25 de janeiro de 1984, nós começamos uma longa jornada. O ato de hoje segue uma construção da luta popular. Gente do povo que tem um único objetivo, garantir a democracia no Brasil. Bolsonaro, no 7 de Setembro, queria dar um golpe. E essa é a resposta que a gente dá para ele”.

Lideranças evangélicas – A abertura da manifestação foi feita por líderes de diversas religiões. Eles discursaram em carro de som em frente ao Masp, contra o presidente Bolsonaro. Ao lado de representantes budistas e católicos, pastores rejeitaram a associação dos evangélicos ao governo federal, criticaram a gestão do governo frente à pandemia e pediram a manutenção da democracia. “Os evangélicos não são capachos do Bolsonaro”, disse Samuel Oliveira, integrante da Bancada Evangélica Popular. “Não somos um único bloco, somos muitos”.

Nos arredores, membros da Coalizão Evangélica Contra Bolsonaro carregavam cartazes com críticas ao presidente. Simony dos Anjos, articuladora da coalizão, afirmou que o grupo reúne diversos coletivos contrários ao presidente, como a Frente Evangélica pelo Estado de Direito, Cristãos contra o Fascismo, Rede de Mulheres Negras Evangélicas, entre outros. “Nos juntamos para fazer intervenções nos atos com o objetivo de nos contrapor aos evangélicos que apoiam o governo”, afirmou Simony.




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