O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou neste domingo (10), que o governo não irá comprar mais doses da Coronavac, vacina contra a Covid-19, produzida pelo Instituto Butantan. A declaração foi dada durante conversa com jornalistas e apoiadores, em Guarujá, São Paulo, onde ele passa o feriadão.
“Queiroga parece que não vai comprar mais a Coronavac, se não me engano. Acho que está nessa linha. Porque tem a validade, segundo ele me disse, em torno de seis meses. Quem já foi vacinado há mais de seis meses o cartão de vacina tá irregular. A demagogia do cartão de vacina”, afirmou.
A Coronavac foi a primeira vacina contra a Covid-19 utilizada no Brasil, ainda em janeiro deste ano. O imunizante foi responsável pelo início da campanha de vacinação no país, antes da aquisição de doses da Pfizer, Astrazeneca e Jansse, as outras vacinas utilizadas em território nacional.
Usada de maneira política pelo governador de São Paulo, João Dória, a Coronavac se tornou alvo de críticas e boicotes por parte do presidente Bolsonaro e seus apoiadores.
Ainda na conversa deste domingo, Bolsonaro foi questionado se compraria o ButanVac, imunizante completamente nacional caso ele fosse autorizado pela Anvisa. A vacina ainda está em fase de testes pelo Instituto Butantan. O presidente citou a compra da Coronavac e disse que o Butantan vendeu a vacina por um preço elevado, acima do valor oferecido pela fabricante do fármaco.
“Nós compramos. Passou na tangente, 50,38% [de eficácia]. Agora vocês nunca perguntaram, nós compramos do Butantan a vacina a 10 dólares. Sabia que a matriz ofereceu para nós a 5 dólares?”, disse.
O presidente afirmou que a Controladoria-Geral da União está investigando o caso. “Vamos ver se teve algo errado ou não no Butantan, não sei. O Wagner Rosário [ministro-chefe da CGU] tá investigando. Temos documentado a oferta para nós a 5 dólares, e o Butantan tá vendendo a 10”, concluiu.