Em missa celebrada sábado, o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sérgio da Rocha, recebeu o Pálio Arquiepiscopal pelas mãos do Núncio Apostólico Dom Giambattista Diquattro. Realizada na Catedral Basílica de Salvador, no Pelourinho, a entrega da vestimenta simboliza a unidade com o Papa.
Com a presença de fiéis, diáconos, padres, bispos da Arquidiocese e convidados, o pálio foi colocado, por volta das 9h40, sob os ombros do Cardeal Dom Sérgio da Rocha pelo representante do Papa no Brasil. Antes da entrega, Dom Giambattista falou sobre a importância do manto sagrado.
“O pálio torna-se o símbolo da vocação, do chamado de Cristo, bom pastor, e do seu amor do arcebispo junto com Ele. Também significa comunhão com Pedro, o Papa Francisco, significa ser pastor pela unidade e na unidade. Ninguém é pastor sozinho”, proferiu o Núncio Apostólico
Além do Papa, a vestimenta litúrgica é utilizada apenas pelos arcebispos metropolitanos, que só podem usá-la na própria arquidiocese e nas dioceses que compõem a província eclesiástica. No caso de Salvador, é composta pelas dioceses de Alagoinhas, Amargosa, Camaçari, Cruz das Almas, Eunápolis, Ilhéus, Itabuna e Teixeira de Freitas-Caravelas.
“Prometo conservar sempre a comunhão com a Igreja católica, pelas minhas palavras ditas e meu procedimento, e manifestarei comunhão com o Santo Padre e com o colégio dos bispos, guardarei o depósito da fé, e com fidelidade transmitirei”, agradeceu o Cardeal Dom Sérgio da Rocha.
Aplaudido energicamente após o recebimento do pálio, a data ficará marcada para o Arcebispo da capital. A imposição da vestimenta só ocorre após a transferência de um arcebispo para outra arquidiocese. Nomeado no ano passado com a saída de Dom Murilo Krieger, também presente na cerimônia, o cardeal teve a bênção do seu pálio realizada no dia 29 de junho de 2020 pelo Papa Francisco.
No entanto, por causa da pandemia, a Nunciatura Apostólica no Brasil adiou a entrega do pálio a todos os novos arcebispos. Após a entrega, a missa seguiu normalmente, com a leitura do evangelho e o ritual da comunhão.
Na primeira cadeira em frente ao altar estavam presentes autoridades civis, como o ministro da cidadania João Roma, a vice-prefeita de Salvador Ana Paula Matos e o vereador Joceval Rodrigues, que compartilharam vídeos e fotos nas redes sociais da celebração. Depois da santa missa, o Núncio Dom Giambattista Diquattro recebeu a imprensa, o clero e as autoridades na sacristia da Catedral.
Ícone da comunhão – O manto, que cobre os ombros do Papa, cardeais, bispos e primazes, é feito com lã branca, tem cerca de cinco centímetros de largura, dois apêndices, um na frente e outro nas costas. Além disso, é composto por seis cruzes bordadas em lã preta, recordando as chagas de Cristo.
Um ano antes da produção do Pálio Arquiepiscopal são criados dois cordeiros por monges trapistas da Abadia de Tre Fontane. Desde 1644, no dia 21 de janeiro, data em que a Igreja celebra a festa de Santa Inês, os animais são abençoados pelo abade geral. A lã de cordeiro também pretende representar a ovelha perdida, a ovelha doente e a ovelha débil, as quais o pastor põe aos seus ombros e conduz às águas da vida.
Originalmente exclusivo dos papas, sendo depois estendido aos metropolitas e primazes, como símbolo de jurisdição delegada a eles pelo pontífice, o pálio é abençoado todo 29 de junho na solenidade de São Pedro e de São Paulo na Brasília de Roma.
O momento foi descrito como histórico, durante pronunciamento dos padres, para a Basílica do Santíssimo Salvador, que completou neste ano 470 anos de criação. Perto das 11h da manhã, ao final da missa, o Núncio foi presenteado no altar com um quadro da Nossa Senhora da Conceição da Praia.
Foto: Sara Gomes/Pascom da Arquidiocese de Salvador