24 de abril de 2024
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Estudantes de Medicina da Ufba reivindicam ações para reduzir atraso no calendário

Estudantes de Medicina da Ufba reivindicam ações para reduzir atraso no calendário

Ações para reduzir o atraso no calendário letivo por conta da suspensão de aulas durante a pandemia. Esse foi o principal motivo da manifestação realizada por estudantes da Faculdade de Medicina da Bahia (FMB) da Universidade Federal da Bahia (Ufba) na manhã desta segunda-feira (10). Os alunos se concentraram na frente da Sede Mater da FMB, no Largo do Terreiro de Jesus, Centro Histórico, onde estão a Diretoria da FMB e o Colegiado de Medicina. Para surpresa dos estudantes, não havia servidores no Colegiado nesta manhã para recebê-los.

Antes de decidir pela manifestação, realizada de forma pacífica, ordeira, com uso de máscara e distanciamento social, os alunos tentaram o diálogo e, no final de dezembro, encaminharam ao Colegiado e à Diretoria uma carta assinada por quase 300 discentes de todas as turmas de Medicina da Ufba.

O documento reúne propostas para permitir a progressão dos cursos e ajustes no calendário, reduzindo os atrasos que já chegam a quase dois semestres, impactando na formação de centenas de futuros médicos. Entre as sugestões estão a oferta de cursos de férias e a realização de três semestres em um ano, práticas já realizadas em períodos pós-greve, segundo os próprios estudantes.

Com cartazes nas mãos pedindo “+ educação e – descaso”, por exemplo, os discentes reafirmam que se mantêm abertos ao diálogo, mas precisam de respostas mais positivas para a efetiva solução dos problemas. Eles classificam como lento e pouco efetivo o retorno do Colegiado, da Diretoria da FMB e de alguns departamentos.

Propostas viáveis – “Não queremos simplesmente o não como resposta. Discutimos e apresentamos propostas que consideramos viáveis e que estão dentro das possibilidades do Colegiado para evitar que atrasemos ainda mais o tempo de formação, de um curso que naturalmente já é bastante longo”, disse Laura Gandra, 39 anos. “Há estudantes de baixa renda que têm que concluir o curso no tempo previsto, pois ajudavam as suas famílias trabalhando e, durante a faculdade, não conseguem mais. Sou mãe e sinto na pele. Precisamos nos formar para garantir o sustento da nossa família e contribuir com a sociedade através de nossa força de trabalho”, completou Laura.

“Estamos pedindo cursos de férias, mas nas férias dos alunos e não dos professores. Compreendemos que existem questões administrativas, como o direito assegurado às férias dos servidores, e não é intenção causar qualquer prejuízo. É por isso mesmo que lutamos por um diálogo honesto e sincero para que nossas queixas e sugestões sejam ouvidas e discutidas. O objetivo é que seja adotada a melhor solução para todos”, disse a estudante Gabriela Porto, 25 anos.

“A justificativa atual tem sido vaga e unilateral. A universidade pública precisa ser defendida e fortalecida de forma constante. A arbitrariedade de certos departamentos parece esquecer que cada dia a mais do planejamento de 6 anos de curso é cruel e sofrido para diversos alunos, alguns com filhos e famílias. Alguns colegas são de outras cidades e até de outros estados e não podem prolongar essa permanência aqui”, completou Francesco Lattarulo, 24 anos. Ele destaca que a carga horária é extensa, dificultando que os estudantes trabalhem para se manter.

Trecho de convocação para a manifestação que circulava nas redes sociais dizia: “Hoje, estamos colhendo os frutos da apatia do Colegiado e de alguns departamentos. Porém, não devemos aceitar isso silenciosa e passivamente. Devemos lutar por nossos direitos, enquanto discentes, e reivindicar ações contundentes para não atrasarmos, ainda mais, o nosso período de formação. Vamos juntas e juntos?”.

Foto: Reginaldo Ipê/Divulgação




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