A capital baiana será beneficiada com mais uma iniciativa da Prefeitura para o fortalecimento ao turismo étnico-afro: o Salvador Capital Afro. O movimento foi lançado pelo prefeito Bruno Reis nesta quinta-feira (18), durante solenidade no Espaço Cultural da Barroquinha. Também estiveram presentes as titulares das secretarias da Reparação (Semur), Ivete Sacramento, e de Cultura e Turismo (Secult), Andréa Mendonça, corpo técnico do programa, demais gestores municipais e imprensa.
O Salvador Capital Afro contará com ações para valorização das manifestações culturais e de incentivo ao potencial criativo, tradições, tecnologias ancestrais e afroempreendedorismo. É voltado para o incentivo do turismo nesse segmento em áreas com comprovado e significativo potencial, a fim de proporcionar um conjunto de experiências.
O contato inicial do público com a iniciativa acontecerá em cinco territórios estratégicos do município: Centro Histórico, Liberdade/Curuzu, Rio Vermelho, Itapuã e Ilha de Maré. Haverá um evento de pré-lançamento para evidenciar as diversas manifestações culturais que existem nessas localidades.
O prefeito comentou sobre a vocação de Salvador para o turismo étnico e iniciativas voltadas para a evolução da matriz econômica da cidade, que deve ser transformada a partir de ações alternativas. “Nossa cidade é única, diferente de todas as capitais do mundo. Uma cidade cultural. No mundo vemos cidades com rica gastronomia, outras com belezas naturais, mas não há lá fora um lugar que possua um povo como o nosso. E é por isso que estamos iniciando este movimento”, destacou.
Bruno Reis afirmou ainda que todas as estratégias, metas e marcos, a partir do Plano de Desenvolvimento do Turismo Étnico-Afro, serão desenvolvidos dentro do conceito do Salvador Capital Afro. “As pessoas de todo o mundo querem conhecer a história dessa cidade, mergulhar nessa ancestralidade, que integram a principal bandeira que estamos apresentando”, completou.
Estratégia – O Salvador Capital Afro é desenvolvido pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) em parceria com a Secretaria da Reparação (Semur) e tem financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A ideia é fomentar atividades culturais, religiosas, artísticas e econômicas, tais como dança, arte, literatura, música, moda, gastronomia e esporte, destacando a força e expressão da cultura afro-brasileira presente na cidade. Haverá, inclusive, um festival inédito e ações de reconhecimento a eventos ou a empreendimentos que representem a cultura afro, além de uma estratégia para dar mais visibilidade às baianas de acarajé em atividade, denominada de Baiana Legal.
Dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) revelam que, atualmente, 49% dos negócios no país são comandados por negros. Entre os estados brasileiros com maior proporção de pretos e pardos donos de negócios, está a Bahia, com 12%.
Neste cenário, o Salvador Capital Afro também visa destacar e potencializar os afroempreendedores locais, em especial, as mulheres, chamando atenção para os produtos turísticos que são fornecidos pelos principais responsáveis por atrair e encantar quem visita a cidade. Entre aqueles que fazem parte da indústria criativa de Salvador estão as baianas de acarajé, capoeiristas, artistas, guias de turismo, trançadeiras, turbanteiras, operadores de turismo que organizam roteiros e experiências afros. Além disso, o propósito é ampliar a oferta de trabalho, emprego e renda, bem como criar valor e relevância para empreendedores negros.
Outras ações – O Plano de Desenvolvimento do Turismo Étnico-Afro já tem dois programas em execução. Um deles é o Afro Biz, plataforma que conecta a indústria criativa afro de Salvador a consumidores e investidores do Brasil e do mundo, e o outro é o Afro Estima, capacitação e mentoria para afroempreendedores do turismo étnico-afro.
Foto: Betto Jr./Secom-PMS