O cantor Tony Bennett morreu nesta sexta-feira (21), aos 96 anos, nos EUA. O intérprete atemporal cuja devoção às canções clássicas americanas e habilidade para criar novos paradigmas em músicas como “I left my heart in San Francisco” teve uma carreira de décadas que lhe trouxe admiradores desde Frank Sinatra a Lady Gaga. Ele faria aniversário em apenas duas semanas.
A publicitária Sylvia Weiner confirmou a morte de Bennett à Associated Press, dizendo que ele morreu na cidade natal, Nova Yorque. Não houve uma causa específica, mas Bennett foi diagnosticado com a doença de Alzheimer em 2016.
O último dos grandes cantores de saloon de meados do século 20, Bennett costumava dizer que a ambição ao longo da vida era criar “um catálogo de sucessos em vez de discos de sucesso”. Ele lançou mais de 70 álbuns, vencendo 19 Grammys – todos menos dois depois que ele chegou aos 60 anos – e desfrutou de um afeto profundo e duradouro de fãs e outros artistas.
Bennett não contava a própria história ao se apresentar. Em vez disso, deixava a música falar – os Gershwins e Cole Porter, Irving Berlin e Jerome Kern. Ao contrário do amigo e mentor Sinatra, ele interpretava uma música em vez de encarná-la. Se seu canto e sua vida pública não tinham o alto teor dramático de Sinatra, Bennett atraía com um jeito fácil e cortês e uma voz incomumente rica e duradoura – “Um tenor que canta como um barítono”, dizia a si mesmo – o que o tornava um mestre em acariciar uma balada ou alegrar uma passagem mais veloz.
“Gosto de entreter o público, fazendo-o esquecer os problemas”, disse ele à The Associated Press em 2006. “Acho que as pessoas (…) se sentem tocadas quando ouvem algo sincero e honesto e talvez com um pouco de senso de humor. (…) Gosto de fazer com que as pessoas se sintam bem quando me apresento.”