Vestindo camisetas pretas produzidas pela Comissão da Mulher, com o slogan “Não nos calarão! Marielle presente”, vereadores se manifestaram na sessão ordinária da Câmara de Salvador desta segunda-feira (19), protestando contra o assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL/RJ, e do motorista Anderson Gomes, no dia 15 de março. Um minuto de silêncio foi sugerido pelo vereador Hilton Coelho (PSOL).
Em seguida foram aprovadas duas moções, uma de pesar pela morte da vereadora, de autoria do presidente Leo Prates (DEM), e outra de repúdio pela “execução”, apresentada por Hilton, além de requerimento para realização de sessão especial, na manhã desta quarta-feira (21), proposta pela presidente do colegiado da Mulher, Aladilce Souza (PCdoB).
O objetivo da sessão, segundo ela, será “um chamamento pela paz”, referindo-se à onda de ódio disseminada pelas redes sociais visando desqualificar Marielle. “A voz de Marielle não se calará, porque ela continuará em todos nós”, reagiu.
Na bala – Emocionado, Hilton Coelho falou de sua indignação pelo fato que abalou a sociedade brasileira e teve repercussão mundial: “Estamos todos estarrecidos. Quiseram apagar essa referência da juventude negra, das mulheres, dos favelados, do segmento LGBT. E esta Casa precisa se manifestar”.
O presidente Leo Prates fez questão de se solidarizar com a família da vereadora e do motorista assassinados, defendendo que “numa democracia não se resolve as coisas na bala”. Ao contrário de silêncio, a vereadora Marcelle Moraes (PV) pediu palmas para Marielle. “Eu não preciso ser negra, lésbica, nem favelada para me sentir representada por Marielle”, declarou.
Pronunciaram-se na sessão cobrando a apuração rigorosa do crime também os vereadores Suíca (PT), Cézar Leite (PSDB), Sílvio Humberto (PSB) e Rogéria Santos (PRB). Vestiram a camiseta da campanha da Comissão da Mulher, ainda, as vereadoras Marta Rodrigues (PT) e Ireuda Silva (PRB) e o vereador Hélio Ferreira (PCdoB).
Foto: Antonio Queirós/CMS