O presidente Michel Temer (MDB) errou em sua estratégia de comparecer ao local do incêndio para prestar apoio às vitimas da tragédia que atingiu dois prédios no Centro de São Paulo, na madrugada desta terça-feira (1º), e precisou deixar o local às pressas, levado por seguranças. Um edifício de 24 andares desabou e até o momento ao menos quatro pessoas estão desaparecidas. Uma morte está confirmada.
Por volta das 10h, Temer desceu de um carro preto e cercado por repórteres disse que estava ali para prestar apoio às vítimas, quando passou a ser hostilizado pelos moradores que revoltados passaram a xingá-lo de “golpista” e arremessaram objetos contra a comitiva do presidente.
“Não poderia deixar de comparecer aqui em São Paulo, sem embargo dessas manifestações, pois eu estava aqui e após essa tragédia para prestar apoio, Defesa Civil e ajuda do governo federal estão à disposição. Serão tomadas as providências para aqueles que perderam seus entes queridos, mas também os que perderam sua habitação. Vamos prestar assistência”, disse ao sair rapidamente no momento em que ouvia protestos de moradores.
Temer confirmou que “lamentavelmente” o prédio pertence à União. Mais cedo, o prefeito Bruno Covas (PSDB) afirmou que estava em negociação para que a prefeitura assumisse o prédio.
O presidente foi logo levado por seguranças e deixou o local sem responder a algumas perguntas dos jornalistas. Pesquisas de opinião têm mostrado que a popularidade de Temer atinge níveis rasos. Em abril, a pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que a avaliação do governo Temer como ótimo ou bom oscilou de 6% para 5%, entre dezembro de 2017 e março deste ano. Já a desaprovação passou de 74% para 72%. O percentual dos que aprovam a maneira de governar de Temer se manteve em 9%, e o dos que confiam no presidente oscilou de 9% para 8%.