Em 10 anos, a taxa de homicídios na Bahia a cada 100 mil habitantes cresceu 97,8%. É o que aponta o Atlas da Violência, pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgado nesta terça-feira (5), com base em dados do Ministério da Saúde.
A pesquisa revela que a taxa de homicídios passou de 23,7%, em 2006, para 46,9%, em 2016. Na última década, apenas quatro estados tiveram crescimento na taxa de mortes violentas maior do que a Bahia: Rio Grande do Norte (256,9%), Sergipe (121,1%), Maranhão (121%) e Tocantins (119%).
Em 2016, quando foi feito o último levantamento, a taxa de homicídios na Bahia a cada 100 mil habitantes (46,9%) ficou apenas atrás das registradas nos estados Sergipe (64,7%), Alagoas (54,2%), Rio Grande do Norte (53,4%), Pará (50,8%), Amapá (48,7%) e Pernambuco (47,3%), todos entre o norte e o nordeste.
Em números absolutos, o número de homicídios na Bahia passou de 3.311, em 2006, para 7.171, em 2016. Desconsiderando a taxa populacional do estado, trata-se de um crescimento de 116,6% no número de mortes violentas. Na década, foram registrados 59.691 crimes.
O percentual só fica atrás dos registrados nos estados do Rio Grande do Norte (307,5%), Sergipe (150,4%), Tocantins (152%), Maranhão (148,5%) e Acre (129,7%), todos também entre as regiões norte e nordeste.
No que diz respeito à juventude do estado, o cenário é ainda pior no estado. Segundo o Atlas da Violência, a taxa de homicídios de jovens com idades entre 15 e 29 anos, a cada 100 mil habitantes, cresceu 150,5% entre 2006 e 2016, passando de 45,6% para 114,3%. Na década, o avanço só fica atrás do registrado nos estados do Rio Grande do Norte (380,1%) e Sergipe (151,9%).
Em números absolutos, o número de homicídios de jovens entre de 15 a 29 anos na Bahia passou de 1.947, em 2006, para 4.358, em 2016. Desconsiderando a taxa populacional do estado, trata-se de uma elevação de 123,8%. Na década, foram 35.790 mortes de pessoas nesse perfil.
O percentual só fica atrás dos registrados nos estados do Rio Grande do Norte (382,5%), Maranhão (130%) e Acre (128,2%).
Os dados do Atlas da Violência também revelam o agravamento dos homicídios contra pessoas negras no estado. A pesquisa indica que a taxa de homicídios entre pessoas nesse perfil, a cada 100 mil habitantes, cresceu 104,4%, passando 25,6% para 52,4%. Entre 2015 e 2016, último ano do levantamento, o avanço foi de 16,5%
Também houve avanço nos números de homicídios de não negros na década. A taxa de mortes, cada 100 mil habitantes, passou de 7,2% (2006) para 15,6% (2016), um avanço de 116,9%.
O cenário se repete quando levados em conta os homicídios contra mulheres, o Atlas revela que a taxa de mortes violentas entre as pessoas do sexo feminino, a cada 100 mil habitantes, tem avanço e passou de 3,3%, em 2006, para 5,7%, em 2016. Trata-se de uma variação de 70,3% na década.
Em números absolutos, o número de homicídios contra mulheres na Bahia passou de 243, em 2006, para 441 em 2016. A variação foi de 81,5%.