O dólar fechou em alta de mais de 2% nesta quinta-feira (7), após ter chegado a operar a R$ 3,96, mesmo com o reforço do Banco Central na intervenção do câmbio mais cedo. O mercado dá sinais de um forte movimento especulativa, enquanto investidores demonstram cautela diante das incertezas nos quadros fiscal e político.
A moeda norte-americana subiu 2,25%, a R$ 3,9233. É o maior nível desde o dia 2 de março de 2016, quando o dólar fechou vendido a R$ 3,8885. Na máxima do dia, a moeda alcançou R$ 3,9674.
O dólar turismo era cotado a R$ 4,0894. Veja mais cotações.
Pela manhã, em casas de câmbio, o dólar era negociado entre R$ 4,08 e R$ 4,16, já acrescido do imposto sobre operações financeiras (IOF). No cartão pré-pago, os valores variam entre R$ 4,30 e R$ 4,35.
A disparada da moeda e o clima de incertezas também ajudaram a derrubar as principais ações da Bovespa, que fechou em queda de quase 3%, no menor patamar desde dezembro de 2016. Mais cedo, a bolsa chegou a perder 6%.
O mercado financeiro viveu um dia de forte turbulência e sinais de um movimento especulativo, com o dólar disparando e a bolsa em forte queda. Apesar de ter se intensificado, a tendência negativa já vinha presente no mercado financeiro nas últimas semanas, em meio a incertezas sobre a recuperação da economia e dúvidas sobre o cenário eleitoral.
Turbulências nos mercados externos e a greve dos caminhoneiros agravaram esse movimento, mas nesta quinta há ainda rumores de movimentos especulativos piorando o cenário.
Isso porque, com o avanço do dólar acima do esperado nos últimos dias, investidores que estavam apostando em um patamar mais baixo da moeda tentam corrigir suas aplicações.
Os mercados de ações e títulos acompanham a volatilidade, como explica o economista da Global Financial Advisor, Miguel Daoud. “Alguns investidores estão ficando para trás, e isso causa um certo pânico”, diz ele.
Banco Central – Com a alta do dólar, o BC vem atuando com mais força nos mercados. Nesta sessão, anunciou que vendeu integralmente a oferta de até 40 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Mas a intervenção não foi suficiente para conter a disparada da moeda nesta tarde.
Mais cedo, o BC já havia vendido integralmente outro lote de até 15 mil novos swaps, injetando com esses dois leilões US$ 6,866 bilhões neste mês no mercado.
O BC também ofertará até 8.800 swaps para rolagem do vencimento de julho. Se mantiver esse volume até o final do mês, rolará integralmente o volume de US$ 8,762 bilhões.