O presidenciável Ciro Gomes (PDT) inaugurou sua campanha atacando de forma indireta o PT, os rivais Geraldo Alckmin (PSDB) e Jair Bolsonaro (PSL). Em discurso na zona norte do Rio, o pedetista afirmou que seu partido e o PSB são “a esquerda limpa, que não está em delegacia de polícia”.
Questionado sobre qual seria a “esquerda suja”, afirmou: “É papel seu dizer”, disse.
Nesta quinta (16), começou oficialmente a campanha eleitoral. A partir de agora, os candidatos podem pedir voto claramente. A fala é um ataque ao PT, cujo candidato à Presidência, Lula, está preso na Polícia Federal de Curitiba.
A declaração mostra mudança na postura de Ciro, que vinha dizendo considerar injusta a condenação de Lula. O PT tem outras lideranças que já foram presas como José Dirceu, José Genoino, e o tesoureiro João Vaccari Neto.
Nesta quinta, Ciro celebrou a aliança entre PDT e PSB no Rio em torno da candidatura de Pedro Fernandes ao governo estadual. No plano federal, o PSB não se aliou a Ciro após forte pressão do PT.
No discurso para uma plateia majoritariamente feminina, Ciro também fez críticas indiretas a Bolsonaro.
“A revolta, a cabeça quente não são boas conselheiras. Não basta falar mal, esculhambar. Não faltam razões. Mas vamos evitar transformar o nosso protesto numa escolha que precipite o Brasil em inexperiência, aventura, extremismo e radicalismo. Porque, ainda que faça bem ao nosso fígado, o Brasil não aguenta mais essa cultura de ódio”, disse Ciro.
Alckmin também foi alvo ao ser associado ao impopular presidente Michel Temer.
“Acabei de ganhar na loto. Atenção, brasileiros! O presidente Michel Temer, com licença da má palavra, acabou de anunciar na Folha que o adversário dele sou eu e que o candidato do governo é o Alckmin. Isso ajuda muito à população a ir tomando lugar”, disse Ciro.
O pedetista voltou a falar da promessa de tirar brasileiros da lista de devedores do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). Em vídeo, afirmou que as pessoas terão seus nomes limpos após assinarem um contrato de parcelamento.
A ideia é que o governo reduza o compulsório das instituições financeiras para que as dívidas sejam diminuídas de uma média de R$ 4.200 para R$ 1.400. Para chegar ao valor, seriam descontados juros, multas e correções.
O candidato não explicou se será o governo que arcará com a dívida restante caso ela não seja paga ou se devedores voltarão para a lista do SPC.
“Se pode ajudar as empresas e os ricos, o governo também, claro, pode ajudar os mais pobres e a classe média”, disse.
No início da semana, especialistas disseram que a proposta é vaga.