23 de novembro de 2024
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Comitiva de países africanos conhece Programa de Alimentação Escolar em Camaçari

Comitiva de países africanos conhece Programa de Alimentação Escolar em Camaçari

Para ver na prática como funciona o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), considerando a agricultura familiar, uma comitiva veio até Camaçari, com representantes dos países africanos Senegal e Serra Leoa, da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A visita ocorreu na quarta-feira (29/8) em uma propriedade rural na localidade de Rancho Alegre, em Arembepe, e seguiu para o Centro Integrado de Educação Infantil (CIEI) do Caminho do Mar.

Intermediados pela ONU e FNDE, os representantes dos países vieram para conhecer o PNAE a partir da experiência exitosa de Camaçari, para que possam desenvolver o programa nos países de origem. Essa foi a oportunidade para o grupo tirar todas as dúvidas desde as formas de plantio dos alimentos, recurso, formação de profissionais, até o armazenamento e preparo dos alimentos para chegarem às crianças, já que inicialmente aprenderam sobre o programa na teoria.

A secretária de Educação, Neurilene Martins, lembrou o trabalho realizado pela prefeitura para avançar na compra de produtos da agricultura familiar, que este ano deve chegar a 60% da verba do PNAE, o que equivale ao dobro do que é obrigado por lei. “Construímos uma compreensão que ao ampliar a oferta de produtos oriundos da agricultura familiar, nós estamos qualificando a alimentação das nossas crianças. Através das trocas de experiência, esta também foi uma oportunidade para a gente refletir no que pode melhorar”.

O roteiro começou na propriedade de Francisco Dantas de Araújo, 71 anos, que vende para o PNAE, através da Associação Agrícola do Rancho Alegre. O agricultor familiar estava muito feliz em receber a comitiva e lembrou o apoio que recebe da Prefeitura de Camaçari para conseguir participar dos programas municipais, estaduais e federais. “Antes eu só vendia nas feiras, depois o governo passou a nos dar essas oportunidades. Aqui, a gente recebe orientação e todo apoio técnico”.

O ministro da Educação do Senegal, Serigne Mbaybe Thiam, veio conferir de perto e tirar todas as dúvidas sobre o PNAE. “Viemos para conhecer a experiência do Brasil, na matéria da alimentação escolar. Durante essa visita, ficamos muito impressionados pelo modelo brasileiro e mais precisamente pelo programa que vimos nesse município. As informações que recebemos vão nos permitir implementar um programa em nossos países, dentro de uma visão sustentável. O que mais nos impressionou foi a relação construída aqui entre a agricultura familiar e a alimentação escolar”.

A Secretaria de Desenvolvimento da Agricultura e Pesca (Sedap) trabalha em parceria com a de Educação (Seduc) nessa ação. O titular da pasta, Antônio Falcão, falou sobre a alegria do momento. “Eles vieram porque viram que estamos fazendo esse trabalho de excelência, nas visitas itinerantes com toda orientação técnica e até fornecendo transporte. É ver que estamos colhendo bons frutos”.

“Queremos mostrar para as delegações como é que os pequenos agricultores têm a possibilidade de melhorar o nível de vida deles, a segurança alimentar, fornecendo os alimentos que eles produzem para a escola e outros fins. Eles vieram aprender aqui para ver como conseguem desenvolver os programas e políticas nos países deles”, afirmou o vice-diretor do Centro de Excelência Contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos da ONU, Peter Rodrigues.

O técnico da Coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional (COSAN) do FNDE, Olavo Neto, falou da impressão que teve na visita. “Surpreendeu nossas expectativas. É bem interessante porque estamos vendo o alimento, que o Sr. Francisco produz, e que chega à escola para os nossos estudantes. A nossa coordenação busca essas ações positivas mesmo, de mostrar o quanto o programa consegue mudar as vidas, realidades, fomentar a agricultura e empoderar esses agricultores. E o município de Camaçari tem comprado da agricultura familiar, que é algo importante”.

Foto: Tiago Pacheco/Ascom-PMC




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