27 de novembro de 2024
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Professores da UEFS denunciam crise orçamentária nas universidades estaduais

Professores da UEFS denunciam crise orçamentária nas universidades estaduais

“Diante dos atuais problemas enfrentados pelas universidades estaduais baianas por conta do contingenciamento financeiro e dos ataques aos direitos trabalhistas, não tenho como não me envolver nas mobilizações e fortalecer o sindicato. A luta deve ser de todos nós”. Esta afirmação bem que poderia ser de um docente há tempo na Uefs; mas pertence ao jovem Thiago da Silva Santana, 31 anos, empossado no dia 5 deste mês. Lotado no Departamento de Saúde (Dsau), o servidor já procurou a sede da Adufs para filiar-se. O professor, juntamente com outros novos e antigos colegas de profissão da instituição, endossou o protesto realizado nesta quinta-feira (27), em frente à Prefeitura de Feira de Santana.

Segundo a Adufs, as universidades estaduais da Bahia vivem o maior arrocho salarial dos últimos 20 anos, além do desrespeito aos direitos trabalhistas, o subfinanciamento das universidades e o não pagamento da reposição inflacionária aos servidores. Todos os ataques são impostos pelo governo do Estado. O grupo de samba de roda União do Samba reforçou a mobilização.

A diretoria da Adufs serviu aos docentes e transeuntes um almoço, que teve em seu cardápio um Caruru pela educação pública. Os professores das demais instituições estaduais baianas também organizaram atos públicos. Somente na Uneb não houve a suspensão das atividades. A mobilização integra o Dia Nacional de Lutas, organizado pelo ANDES-SN.

Segundo dados da Assessoria Técnica e de Desenvolvimento Organizacional da Uefs (Asplan), de janeiro a setembro deste ano, R$ 17 milhões não foram repassados para a verba de manutenção e investimento. Se contabilizado por minuto, o valor que deixou de ser enviado à instituição soma R$ 44,25. O contingenciamento de recursos, até este mês, nesta rubrica, é de quase 30%. Segundo a entidade, ensino, pesquisa, extensão e permanência estudantil estão seriamente prejudicados.

Direitos trabalhistas – Mas, não só o orçamento das universidades é prejudicado pela severidade do ajuste fiscal do governo. De acordo com estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a categoria docente vive o maior arrocho salarial dos últimos vinte anos.

De acordo com a Adufs, o governo Rui Costa tem imposto uma dura política de desvalorização dos servidores públicos. São quase quatro anos sem reposição inflacionária. Para recompor a perda correspondente, o reajuste necessário é de 21,1%.

Além de não repor a inflação, os direitos trabalhistas dos professores das universidades estaduais também não são cumpridos. Nas quatro instituições, centenas de professores aguardam promoção, progressão e mudança de regime na carreira. O movimento docente diz ter tentado todas as formas de negociação, mas o governo segue inflexível.

Foto: Divulgação/Adufs




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