O general Paulo Chagas, ex-candidato ao governo do Distrito Federal pelo PRP, usou o Twitter para informar que a casa dele é alvo de uma operação da Polícia Federal na manhã desta terça-feira (16).
De acordo com o militar reformado, o mandado de busca e apreensão foi expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Chagas, no entanto, está fora da cidade. “Lamentei estar fora de Brasília e não poder recebê-los pessoalmente”, comentou na publicação.
Caros amigos, acabo de ser honrado com a visita da Polícia Federal em minha residência, com mandato de busca e apreensão expedido por ninguém menos do que ministro Alexandre de Moraes.
Quanta honra!
Lamentei estar fora de Brasília e não poder recebe-los pessoalmente.— General Paulo Chagas (@GenPauloChagas) 16 de abril de 2019
Além da residência de Chagas, a PF cumpre mandados em outros nove endereços. O inquérito que deu origem à ação tem como objetivo apurar supostas fake news contra ministros do STF. O militar reformado é um dos alvos por, supostamente, difundir informações contra a honra dos magistrados e sugerir o fechamento do STF.
Procurado pela reportagem, o general acredita que a ação é consequência das opiniões emitidas por ele sobre o STF. “Sou um cidadão comum e tenho o direito de emitir minha opinião sobre tudo o que penso. Ao menos, eu pensava que sim. Sempre falei mal do STF, não da instituição, que foi criada para defender a Constituição, mas do formato do conjunto de ministros que, vezes, tenta defender a impunidade de criminosos e não a liberdade”, afirmou.
“Eles acabaram escancarando um inquérito existente para tentar calar quem tem o direito de pensar e se expressar de forma diferente da deles. Não me sinto humilhado porque nada fiz a não ser me posicionar como um cidadão que tem sua própria opinião sobre o que vem acontecendo”, finalizou.
Essa é a segunda fase do inquérito, aberto em março pelo presidente do Supremo, o ministro Dias Toffoli. O objetivo é apurar “notícias fraudulentas [fake news], denunciações caluniosas, ameaças e infrações revestidas de animus caluniandi, diffamandi ou injuriandi, que atingem a honorabilidade e a segurança do Supremo Tribunal Federal, de seus membros e familiares, extrapolando a liberdade de expressão”.
Nessa segunda-feira (15), Alexandre de Moraes mandou a revista Crusoé e o site O Antagonista tirarem do ar a reportagem intitulada “Amigo do amigo de meu pai”, a qual cita Dias Toffoli, além de multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento.