A Vale informou em comunicado já ter provisionado (reservar para fazer frente a possíveis despesas) US$ 1,9 bilhão, o equivalente a R$ 7,4 bilhões para acelerar o descomissionamento (encerramento) de 9 barragens de resíduos no estado de Minas Gerais, como parte de sua resposta ao rompimento da barragem de Brumadinho (MG).
A Vale já tinha anunciado em janeiro a decisão de eliminar todas as suas barragens construídas com método a montante, o mesmo utilizado nas estruturas que desmoronaram em Mariana e Brumadinho, considerado um modelo ultrapassado e menos seguro.
Segundo o comunicado divulgado na noite de sexta-feira (7) pela Vale, que traz apresentação feita a analistas e agentes de mercado, 2 barragens serão completamente eliminadas em 3 anos, 5 serão transformadas no modelo a jusante, considerado mais seguro, antes do descomissionamento e outras 2 terão seu fator de segurança elevado dentro de 3 anos antes do encerramento e descaracterização definitiva do uso da estrutura.
“As primeiras obras de descaracterização da barragem 8B, na mina de Águas Claras, já foram iniciadas”, destaca a empresa na apresentação. “Nenhuma das nove barragens a montante recebe novos rejeitos e as operações próximas a elas também se encontram paralisadas, como requisito para o andamento do processo de descaracterização”, acrescenta.
A Vale estima despesas entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em 2019, cerca de US$ 500 milhões em 2020 e entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões nos “próximos anos”.
Segundo a empresa, em 2019, os investimentos em gestão de barragens totalizarão R$ 256 milhões, ante R$ 241 milhões em 2018.
“A Vale está passando por um momento crítico que criou oportunidades para identificar e reafirmar as prioridades da companhia: segurança, pessoas e reparação”, afirma o presidente da mineradora, Eduardo Bartolomeo, em mensagem na apresentação.