Considerado o líder do grupo de hackers preso nesta terça-feira (23) na Operação Spoofing, Walter Delgatti Neto, conhecido como “Vermelho”, confirmou à Polícia Federal ter sido responsável pela invasão dos celulares do ex-juiz e atual ministro da Justiça Sergio Moro, do procurador Deltan Dallagnol e outras centenas de autoridades dos três poderes. De acordo com o site O Antagonista, Delgatti está colaborando com as investigações.
Ele permitiu que a PF tivesse acesso a todos os seus arquivos armazenados em nuvem e confirmou aos investigadores que o material divulgado pelo Intercept é fruto do ataque cibernético.
Segundo Delgatti, houve casos apenas de invasões a celulares, outros de roubo de dados e ainda de sequestro da linha para simular conversas com terceiros.
Quinto elemento – Além dos quatro suspeitos de acessar as mensagens de Sergio Moro, a Polícia Federal também identificou um homem de onde teriam partido ligações para o número do ministro — artifício que permitiu a clonagem.
Trata-se de Anderson José da Silva. Segundo a PF, era quem estava cadastrado no sistema da empresa BRVOZ, que permite modificar o número do celular que faz a ligação — no caso, para copiar o número do ministro, enganar o Telegram e obter o código de acesso para as mensagens.
Mais seis – A PF investiga ainda o possível envolvimento de mais seis pessoas no caso, informam Aguirre Talento e Leandro Prazeres em O Globo.
De acordo com o jornal carioca, “os nomes deles apareceram vinculados às contas utilizadas nos ataques ao ministro, porém em um primeiro momento a PF não identificou participação direta deles nos fatos”.
Twitter – O ministro Sergio Moro publicou nesta quarta-feira dois tuítes sobre a prisão dos acusados de invadirem seu celular e os de outras autoridades.
No primeiro, o ministro da Justiça elogia o trabalho da PF e critica os divulgadores das mensagens roubadas: “Pessoas com antecedentes criminais, envolvidas em várias espécies de crimes. Elas, a fonte de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas por crime”.
No segundo, Moro diz ser “preocupante”, na decisão do juiz (Vallisney de Oliveira), a referência a “5.616 ligações efetuadas pelo grupo com o mesmo modus operandi”.