As disputas envolvendo o Hospital Espanhol ganharam um novo capÃtulo nesta quinta-feira (12). O jornal Correio informa que, segundo a Real Sociedade Espanhola Beneficente, responsável pela unidade, o governo da Bahia entrou com um pedido de desapropriação do prédio no valor de R$ 80 milhões.
O advogado que representa a Real Sociedade, Washington Pimentel, contou à publicação que a proposta surpreendeu os proprietários porque o valor é menor que o montante do ativo imobiliário do prédio, avaliado pela justiça em R$ 195 milhões, e está longe da dÃvida total da unidade que supera os R$ 450 milhões.
Ele contou que tomou conhecimento do processo pela imprensa, porque a Real Sociedade ainda não foi citada, o que ainda deve ser feito pela justiça federal. Eles aguardam essa etapa para ter acesso aos detalhes do processo. A reportagem não conseguiu contato com a Procuradoria Geral do Estado (PGE) até o fechamento da edição.
O Hospital Espanhol fechou as portas no dia 30 de setembro de 2014 e interrompeu o funcionamento por conta de dÃvidas. Três anos depois, e após diversas batalhas judiciais, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-5) decidiu, em setembro de 2017, que o prédio iria a leilão.
No dia 2 de fevereiro de 2018, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu o leilão, que estava previsto para ser realizado no dia 7 do mesmo mês, considerando que não cabia ao TRT-5 deliberar sobre o caso. A medida foi um pedido dos proprietários da unidade que alegaram falta de segurança jurÃdica para o processo. Desde então, o destino da unidade segue incerto.
Cerca de 2,4 mil trabalhadores foram deixados sem emprego e sem a verbas rescisórias depois que a unidade deixou de funcionar. Desde então, as dÃvidas trabalhistas estão se amontoando, junto com a dos fornecedores e de outros credores do hospital.