O presidente argentino, Mauricio Macri, reconheceu às 22h25 deste domingo (27) a vitória do peronista Alberto Fernández. Com 89% das urnas apuradas, o futuro presidente tinha 47,8% dos votos, enquanto que o atual obtinha 40,6%. “Falei com ele há pouco e o convidei para um café na Casa Rosada amanhã (segunda-feira)”, afirmou Macri.
O Banco Central deve anunciar nesta segunda-feira (28) medidas para endurecer o controle sobre o câmbio. A perspectiva de vitória peronista, numa chapa que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como vice, levou a uma desvalorização de 5% na moeda apenas na última semana. O convite para um encontro entre os dois diminui a tensão, após rumores de uma transição conturbada.
Planos – Um dos planos de Fernández para estancar a crise econômica é congelar os preços por 180 dias e garantir um aumento salarial de emergência – a inflação acumulada no último ano está perto de 60%.
A eleição garante a Cristina uma cadeira no Senado, o que também assegura a ela imunidade parlamentar. A ex-presidente enfrenta uma série de acusações de corrupção.
O partido de Macri manteve o controle da capital, com a reeleição de Horacio Rodríguez Larreta. Na Província de Buenos Aires, o vencedor foi Axel Kicillof, que foi ministro da Economia de Cristina Kirchner. Os argentinos renovaram ainda 130 dos 257 deputados e 24 dos 72 senadores.
Mesmo antes do anúncio, centenas de militantes da chapa peronista tomaram algumas das principais avenidas de Buenos Aires. A mobilização ocorreu após números de pesquisas de boca de urna terem sido difundidos informalmente, apesar da proibição determinada por lei. Àquela altura, consultoras apontavam 51% para Fernández, ante 36% para Macri.