Entre os dias 22 e 27 de janeiro, mais de 500 professores de Instituições Públicas de Ensino Superior de todo o país se reunirão na Universidade Estadual da Bahia (Uneb), em Salvador (BA), para o 37º Congresso do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN). O Congresso é organizado em parceira com a Associação dos Docentes da Uneb (ADUNEB – Seção Sindical do ANDES-SN).
Sob o tema central “Em defesa da educação pública e dos direitos da classe trabalhadora. 100 anos da reforma universitária de Córdoba”, os representantes das seções sindicais do ANDES-SN em universidades federais e estaduais e institutos federais de todo o país discutirão a conjuntura internacional e nacional e definirão as políticas prioritárias do Sindicato Nacional para 2018.
Durante os seis dias, estão previstos debates sobre os cortes nos orçamentos dos institutos e universidades federais e estaduais, a privatização da educação, o ataque aos serviços públicos e aos direitos dos trabalhadores, como as reformas da Previdência e Trabalhista, a repressão aos movimentos sindicais e sociais, além de discussões e deliberações relacionadas à ciência, tecnologia, questões de gênero, etnia, sexualidade, políticas agrárias, de comunicação, entre outros.
Além disso, durante o encontro serão apresentados os nomes que comporão as chapas que participarão do processo eleitoral para diretoria do Sindicato Nacional – biênio 2018-2020. As eleições do ANDES-SN ocorrerão em maio.
De acordo com a presidente do ANDES-SN, Eblin Farage, o congresso anual da entidade, instância máxima de deliberação dos docentes sindicalizados ao ANDES-SN, é um momento importante para a reflexão e discussão sobre a educação pública, as condições de trabalho dos docentes, a conjuntura e os desafios para a classe trabalhadora.
“O 37º Congresso acontece em um momento importante da conjuntura do nosso país, no qual vivemos um dos maiores ataques à classe trabalhadora e à educação pública, com o conjunto de retrocessos em curso. Por isso, nosso principal desafio é pensar estratégias de luta, que ampliem a mobilização docente na defesa das universidades públicas, mantendo a autonomia e a organização pela base do nosso sindicato”, afirmou Eblin Farage, lembrando que, durante evento, os docentes definirão as lutas centrais e as pautas de reivindicações da categoria para 2018.
Pauta estadual – Para o coordenador geral da ADUNEB, Milton Pinheiro, as discussões do congresso, além de definirem as pautas de luta deste ano, também permitem melhor entendimento da realidade das universidades públicas e da conjuntura política do país. “A realização dessa atividade em Salvador, de caráter nacional, ainda reforça as lutas das universidades estaduais da Bahia. Neste momento somos atacados pelo governo Rui Costa, sobretudo, na negação de direitos trabalhistas. Com a qualificação da luta docente poderemos avançar a um novo patamar, uma nova jornada de enfrentamento em defesa da universidade pública e da categoria docente”, afirmou o professor.
Reforma de Córdoba – Em 2018 é celebrado o centenário da Reforma Universitária de Córdoba, movimento iniciado por estudantes argentinos, que gerou as bases das universidades que existem hoje, deixando um legado marcante na educação do continente latino-americano.