O Festival Virada Salvador 2020 ajudou a trazer para a capital baiana 500 mil turistas, cerca de 20% a mais de pessoas circulando pela cidade. Os turistas vindos de todos os cantos do País, do exterior e, sobretudo do interior do estado, deixaram por aqui R$ 400 milhões que foram gastos em hospedagem, alimentação e lazer, como calculou a gestão municipal.
Mas, para além do grande fluxo de pessoas durante os cinco dias de festa, de acordo com o trade turístico, o maior saldo positivo que o evento deixou é a construção de uma boa imagem da cidade que, a cada ano, vem se reafirmando com um excelente destino para aproveitar a estação mais quente do ano. Salvador, inclusive, foi a cidade mais procurada pelos brasileiros para passar as férias de verão, segundo uma pesquisa divulgada pela Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa).
A prefeitura municipal investiu na imagem da cidade lá fora. Exemplo disso foi um evento produzido dois meses antes em São Paulo para imprensa e influenciadores detalhando todas as atrações da Virada. Sem contar o impulsionamento de publicações nas redes sociais.
Mas o melhor retorno vem da promoção espontânea feita pelos próprios turistas que passam adiante, para familiares e amigos, a informação de que a cidade é um ótimo destino para se visitar, como pontua Silvio Pessoa, presidente da Federacão Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA). “Primeiro são as horas de mídia que são geradas para outros estados e países; segundo, a cidade está linda e limpa, ou seja, o turista chega aqui encontra organização e um sol para cada pessoa. Eles acabam fazendo uma divulgação espontânea, reforçando a boa imagem da cidade lá fora”, explicou.
Legado – E os turistas ajudaram durante todo o período do festival a elevar a taxa de ocupação hoteleira que chegou a bater 100% em toda a cidade, superando as expectativas do setor prevista duas semanas antes, para cerca de 96%.
Cada um deles, segundo Cláudio Tinoco, secretário de Cultura e Turismo, foi responsável por deixar aqui, em média, R$ 872. Desse total, 35% foram gastos com alimentação, 28% com transporte, 18% com compras, e 14% com hospedagem. Ainda de acordo com ele, parte dos turistas nacionais e do interior chega no Natal e costuma ficar em média sete dias na cidade.
“Parte desse tempo é ocupada com o Festival da Virada. Do ponto de vista do conteúdo, Salvador é certificada como a cidade da música, então, o nosso réveillon tem um componente musical e cultural fundamental. A grade de atrações, se levados em conta os principais festivais que acontecem no Brasil, excluindo o Rock in Rio, pode ser comparada aos grandes eventos comerciais, como Villa Mix. O legado é a consolidação da imagem da cidade”, explicou Tinoco.
“O festival faz parte do calendário de eventos da cidade. No momento em que você tem um evento consolidado de calendário que acontece todos os anos com uma capilaridade grande e que divulga a cidade, ele passa a impactar positivamente toda a cadeia produtiva do turismo”, acrescentou Roberto Duran.
Os casal de goianos Emilly Cerqueira, 28, João Gomes, 37, chegaram à cidade atraídos pela festa. Agora já pensam em voltar para aproveitar o Carnaval. “Na verdade, estávamos com receio de vir porque achávamos que a cidade era perigosa, mas é completamente diferente. Achei bem organizada. Agora vamos fechar um pacote para o Carnaval”, contou.
“A cada ano a gente espera poder aprimorar e aperfeiçoar esse grande evento que mobiliza e chama atenção. Não há em nenhum lugar do País um festa que reúna tantas atrações boas. Oferecer sete grandes atrações em um só dia com 15 minutos de queima de fogos com segurança e conforto só Salvador oferece no Brasil”, disse o prefeito ACM Neto.
