Familiares do velejador Rodrigo Dantas, de 25 anos, que foi preso com mais de uma tonelada de cocaína na África, fizeram uma manifestação na tarde desta sexta-feira (26), em Salvador, para chamar atenção para o caso e defender o jovem. A família tenta provar que o rapaz e os outros três presos – sendo dois brasileiros e um francês – são inocentes.
Rodrigo, Daniel Guerra, que também é baiano, o gaúcho Daniel Dantas e o francês Olivier Thomas viajavam juntos em um veleiro, que tinha como destino a Ilha de Açores, em Portugal. Eles foram contratados para transportar a embarcação, que tinha acabado de ser reformada em Salvador. Ao chegar na Ilha de Mindelo, em Cabo Verde, o veleiro foi inspecionado e a droga foi encontrada.
Os familiares de Rodrigo dizem que ele não sabia que a droga estava na embarcação. Nesta sexta-feira, eles se juntaram a amigos do jovem e a outros velejadores, em um píer, no bairro da Ribeira, na capital baiana.
Durante o ato, o grupo exibiu um vídeo com mensagens da mãe do velejador, que se mudou para a África desde que ele foi preso, e do professor de vela do jovem. O protesto durou cerca de duas horas.
“A nossa vontade é de que ele fique logo livre, que esse julgamento ocorra logo e ele fique livre. Queremos que a Justiça seja mais rápida. Eles estão pagando um preço alto por um crime que não cometeram”, contou o tio de Rodrigo, Alex Coelho Lima.
Anúncio de emprego – O drama de Rodrigo na África começou após um anúncio de emprego na internet. De acordo com a família do jovem, foi assim que ele decidiu encarar o desafio de atravessar oceano Atlântico para entregar o veleiro em Portugal. Rodrigo veleja desde os 12 anos e sonhava ser capitão internacional. Para isso, ele precisava de milhas náuticas velejadas para alcançar a graduação.
O anúncio procurava velejadores para compor a tripulação do veleiro que tinha acabado de ser reformado em um estaleiro em Salvador. Era uma oferta de trabalho de uma empresa internacional de recrutamento de mão-de-obra. O dono da embarcação seria um inglês conhecido como George Fox.
Rodrigo e outro velejador baiano, Daniel Guerra, foram contratados pela empresa Yatch Delivery Company, que tem sede na Holanda. Em Natal, o gaúcho Daniel Dantas se juntou à equipe, que já contava com o capitão. Antes de sair do Brasil, em agosto, o veleiro passou por inspeções da Polícia Federal em Salvador e em Natal.
O barco foi liberado sem que nenhuma irregularidade fosse encontrada, mas na Ilha de Mindelo, em Cabo Verde, na África, o veleiro foi mais uma vez inspecionado e mais de uma tonelada de cocaína foi encontrada escondida em um piso de concreto e cimento na embarcação.
Rodrigo ficou em liberdade condicional em Cabo Verde durante quatro meses, mas no final do ano, ele e os outros velejadores foram presos novamente. O caso está sendo acompanhado pela Polícia Federal, mas ainda não há previsão para a transferência dos brasileiros. A família organizou uma abaixo-assinado on-line em busca de apoio.