A Justiça do Rio de Janeiro determinou os dados de viagens do senador Flávio Bolsonaro e sua esposa Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro sejam entregues pela agência de viagens Decolar.com ao MP-RJ (Ministério Público do estado do Rio de Janeiro). As informações são do Uol.
A decisão foi tomada em fevereiro pelo juiz da 27ª Vara Criminal do Rio, Flávio Itabaiana Oliveira Nicolau, no âmbito da investigação sobre um suposto esquema de rachadinha de salários de funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual.
É o mesmo juiz que determinou a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do filho do presidente da República, suspeito de ser o operador financeiro do esquema, na quinta-feira (18).
O período de viagens solicitado pelo magistrado é o de entre 1º de janeiro de 2007 e 17 de dezembro de 2018. Esta época corresponde aos mandatos do político como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
O MP-RJ pediu à empresa que fornecesse todos os dados das transações comerciais com o senador e sua esposa, tais como datas, origens e destinos das viagens, produtos contratados (pacotes turísticos, hotéis, transporte), os nomes dos passageiros indicados nos bilhetes, valores pagos e formas de pagamentos.
De acordo com documentos judiciais, cujo conteúdo o UOL teve acesso, os promotores de Justiça consideram que tais dados são pertinentes para investigação, pois podem indicar “o caminho traçado pelo dinheiro e, inclusive, se os investigados têm renda compatível com os gastos”.
A Decolar.com chegou a recorrer duas vezes ao TJ-RJ (Tribunal de Justiça do estado do Rio) alegando que fornecer os dados violariam o direito à intimidade dos investigados, mas não obteve ganho de causa.
A empresa afirmou que “atendeu à decisão judicial, fornecendo as informações solicitadas”.