O governo federal gastou pelo menos R$ 1 milhão em dinheiro público durante a viagem do vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), a Luanda, capital da Angola, onde foi escalado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para tentar intervir na crise da Igreja Universal no país.
De acordo com levantamento do site Metropoles, o montante custeou passagens e diárias de Mourão e outros 17 servidores. Informações obtidas pelo site via Lei de Acesso à Informação (LAI), além de dados levantados pela reportagem junto ao Painel de Viagens do Ministério da Economia, mostram que foram desembolsados R$ 441.930,16 em diárias, R$ 609.159,09 em passagens e R$ 20.818,29 em outros gastos, como seguro para viagens.
A intromissão do governo brasileiro na crise gerada pela Universal é vista como uma forma de Bolsonaro agradar o eleitorado evangélico ligado à igreja neopentecostal.
O presidente angolano, João Lourenço, rejeitou sugestão de Mourão de receber delegação parlamentar brasileira ligada à Universal, fundada e liderada pelo bispo Edir Macedo.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola e o Serviço de Investigação Criminal, a polícia federal angolana, acusam integrantes da Iurd de crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas e associação criminosa no país.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, mais de 100 brasileiros já foram deportados do país africano, dos quais são 58 missionários da denominação evangélica e os outros, seus parentes.