O anúncio do fim do acordo do banco Itaú Unibanco com o Cine Glauber Rocha, que encerra as atividades do último cinema de rua de Salvador, pegou muitos de surpresa. O espaço conceituado e que faz parte do roteiro cult da cidade e mantinha em cartaz filmes considerados do circuito alternativo e exibidos em festivais estrangeiros.
O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, chamou de “lamentável” a decisão do Itaú de encerrar as atividades no Gláuber e em outras dezesseis salas de cinema espalhadas pelo Brasil. Para ele, instituições financeiras precisam ter “compromisso social e cultural” e não podia desprezar estes valores.
Deputado federal e presidente estadual do PDT, Félix Mendonça Júnior questionou a postura do Itaú de fechar um “espaço cultural tão importante” após um lucro de R$ 6,4 bilhões em 2020, e disse que se fosse cliente do banco iria encerrar a sua conta.
No comunicado divulgado, a instituição financeira afirmou que está “reorganizando sua estratégia de difusão de audiovisual no país” e que deve investir em plataformas de streaming em busca de uma “intensificação de atuação em plataforma digital, para ampliar o alcance e acesso, e a revisão da rede física de salas de exibição”. Ainda de acordo com a nota, as salas de Salvador, Curitiba e Porto Alegre, que foram encerradas, vinham operando com taxa de ocupação inferior a 20% desde 2019.
Apesar do encerramento da parceria, o diretor e idealizador do Cine Glauber Rocha, Claudio Marques, afirmou que fará todo o possível para que o cinema continue funcionando e que está desde já em busca de novas parcerias que permitam a manutenção das 4 salas existentes no complexo.
Ajuda – Astrid Fontenelle, comunicadora e apresentadora no canal GNT, ofereceu ajudar o espaço cultural com a doação de um ano de ações publicitárias que ela venha a fazer, e convocou outros artistas e empresários a se mobilizarem em prol do Cine Gláuber Rocha.
“Um espaço importante pra cultura não pode ser perdido”, disse a jornalista, ao compartilhar um print com a notícia do possível fechamento da sala de cinema. “O que eu posso fazer pra ajudar? Um ano de publi? Alô empresários baianos”, publico Astrid nos stories.
