O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), juntamente com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE), percebendo a importância do segmento das rochas ornamentais para o setor mineiro, atualizaram o portfólio de rochas. A ideia é evidenciar, por meio do “Atlas de Rochas Ornamentais do Estado da Bahia”, a geodiversidade de tipos oriundos do território baiano, suas propriedades e características tecnológicas. O lançamento do novo Atlas será realizado no Museu Geológico da Bahia, no dia 31 de maio, às 15h, e contará com palestras de dois autores do produto: o geólogo Edgar Iza e a arquiteta Risale Neves.
“O Atlas funciona como uma vitrine da exuberância das rochas ornamentais baianas, mostrando a variedade de cores, padrões e a capacidade de atender aos mais diversos usos e mercados. Nossos bens são internacionalmente reconhecidos pela qualidade e beleza, sendo algumas delas exclusivas, como os tipos Azul Bahia, Azul Macaúbas e Azul Boquira”, declara José Nunes, secretário da SDE.
Em quatro anos de projeto, foram elaborados quatro produtos: o primeiro – publicado em agosto de 2019 – foi o informe “Panorama do Segmento de Rochas Ornamentais da Bahia”. Em seguida, foi apresentado o Atlas e, ainda este ano, devem ser lançados o “Mapa de Potencialidades de Rochas Ornamentais” e a versão em inglês do Atlas.
O estado da Bahia apresenta-se atualmente como um dos mais importantes da Federação em termos de produção mineral. A sua vocação mineira é reconhecida nacionalmente, conferindo-lhe o terceiro lugar na produção mineral do país. As rochas ornamentais têm importante participação nisso. De acordo com Edgar Iza, o segmento movimenta, no Brasil, cerca de 1,2 bilhão de dólares ao ano. O estado da Bahia se destaca por ser produtor de algumas rochas ornamentais de cor e padrão não encontradas em nenhum outro lugar do mundo.
O trabalho representa parte do esforço conjunto dos governos federal e estadual em fomentar o segmento de rochas ornamentais. O Atlas foi elaborado com o apoio técnico de uma equipe multidisciplinar – geólogo, economista e arquiteta – e apresenta 118 tipos de materiais pétreos extraídos, até março de 2020, no estado da Bahia. Embora o número não seja muito diferente da quantidade obtida no último Catálogo de Rochas Ornamentais da Bahia, publicado em 2002, apenas 15% dos materiais são os mesmos. “Esse número é flutuante, às vezes uma frente abre e outra fecha. Juntando todos esses dados, nós percebemos que há uma diferença: o que nós temos hoje são materiais com altíssimo valor agregado”, acrescentou Iza.
Segundo o geólogo, era necessário realizar uma atualização do catálogo e, como os anteriores – realizados mais de 20 anos atrás – eram de execução integral da SDE, se enxergou a possibilidade de o SGB-CPRM participar ativamente da constituição de um novo documento. “O SGB, percebendo a ausência desse registro histórico, planejou a elaboração e a execução deste atlas”, explicou.
“A Bahia sai sempre na frente, quando se fala em rochas ornamentais. Foi o primeiro estado brasileiro a elaborar um catálogo com suas rochas, inovando com a ficha de características físico-mecânica e recomendação de utilização e agora inova mais uma vez, privilegiando o especificador (arquitetos e designers) com informações importantes na utilização e forma de especificar uma rocha em suas mais diversas possibilidades”, afirma Ana Cristina Franco, autora do Atlas e economista na SDE.
Conforme os dados disponibilizados pelos produtores, as rochas são representadas por imagens e grande parte delas trazem os seus respectivos dados tecnológicos, descrições petrográficas e município produtor. O trabalho constitui-se, portanto, em uma compilação de dados, majoritariamente cedidos pelas próprias empresas produtoras. A partir da recuperação e compilação de dados históricos de rochas ornamentais baianas, o novo Atlas tem como objetivo, além de fazer um registro histórico destes materiais, mostrar de forma integrada a diversidade das rochas ornamentais do Estado, buscando enaltecer e valorizar esse segmento tão importante para a economia do país.
Ainda, segundo Edgar, o objetivo final do projeto é apresentar um mapa de potencialidade com área equivalente a 24 mil quilômetros quadrados. “Esse mapa vai dizer exatamente quais são as regiões que têm rochas mais propícias para a extração de rochas ornamentais. Nós decidimos fazer na região de Jacobina, que, apesar de já ser conhecida, tem áreas que podem ser exploradas, principalmente, áreas que se encontram quartzitos – material que está muito em alta no mercado”, complementou o pesquisador.
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