A decisão do Supremo Tribunal Federal de permitir a prisão do ex-presidente Lula (PT) somente após a conclusão do julgamento do habeas corpus foi comentada pela a ministra aposentada do Superior Tribunal de Justiça, Eliana Calmon. Em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metrópole, a jurista criticou a Corte.
“Há um movimento interno para tentar salvar o caso Lula da Silva. A opinião pública tem um peso muito forte, mas não sei até que ponto. Aquelas 11 criaturas [ministros] são as mais poderosas do país. O perigo do Poder Judiciário é essa segurança dada a ele, que nos faz refém de pessoas que as vezes a gente não admira”, declarou.
Para Calmon, a postura dos ministros na sessão que garantiu a liberdade do petista até o dia 4 de abril é descartável. “Depois do que eu ví no julgamento de quarta-feira (22)… Estou autorizada a pensar qualquer coisa. Primeiro ficou atrasando o julgamento, estava tudo caminhando para eles não julgarem. Depois veio o ministro Marco Aurélio dizer que ia se ausentar para comparecer a uma homenagem. Isso foi um tapa na cara”, finalizou.