De acordo com o médico Luiz Henrique Borsato, da equipe que atendeu Jair Bolsonaro na Santa Casa de Juiz de Fora após o atentado a faca nesta quinta-feira (06), o candidato não deverá ter alta hospitalar antes de “uma semana ou 10 dias”.
“Foi feita a abertura da barriga (laparotomia exploradora), mas como tinha muito sangue, a primeira ideia era que poderia ser uma lesão do fígado, que é um órgão que sangra muito. Mas foi uma lesão de uma veia no abdômen”, disse o cirurgião Flávio Quilici, presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia.
Quilici explica que a lesão do intestino grosso é a que precisa de mais atenção. Como é por ali que acontece a passagem das fezes, é necessário fazer um desvio para que não ocorra uma infecção quando passar pelos pontos.
“O problema é que a lesão do cólon (intestino grosso), como perfurou e tem fezes na região, pode contaminar a barriga. Isso obriga, para garantir a segurança do paciente, a fazer um desvio das fezes”, explica.
“O local onde ocorreu a lesão foi muito agredido e extravazou uma quantidade grande de fezes para a cavidade abdominal, acarretando uma contaminação. Aquela área não poderia ser recuperada e foi retirada”.
Procedimento – A colostomia é um procedimento que encaminha as fezes e os gases do intestino grosso para uma bolsa fora do corpo, na região abdominal. A ideia é evitar a passagem das fezes pelos ferimentos, o que poderia causar uma infecção no local da perfuração e/ou uma reabertura das feridas.
O paciente poderá ficar alguns meses com a bolsa. Neste caso, não é um procedimento permanente. “É grave. Foi atendido rapidamente e foi operado rapidamente. Os riscos que ele passa a correr são os de a veia voltar abrir, além das infecções”, disse Quilici.
Segundo Quilici, a colostomia temporária irá trazer limitações para o candidato antes das eleições. “Isso vai interferir e muito em como ele vai se movimentar na campanha. Ele estará hospitalizado, depois tem um tempo de recuperação, e precisa estar sempre cuidando do líquido que sai para a bolsa”.
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