24 de abril de 2024
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Fotógrafo baiano Rogério Ferrari vai lançar livro sobre povos indígenas em São Paulo

Fotógrafo baiano Rogério Ferrari vai lançar livro sobre povos indígenas em São Paulo

No próximo dia 23, o livro Parentes, do fotógrafo baiano Rogério Ferrari, será lançado em São Paulo, na livraria, biblioteca e espaço cultural Tapera Taperá, localizada no centro da capital. A publicação é um registro de povos indígenas na Bahia e resulta da itinerância do fotógrafo, que percorreu diferentes regiões do estado para mostrar “a face, para muitos desconhecida, dos nossos parentes”.

O livro é o volume mais recente da obra que Ferrari vem compondo no âmbito do projeto Existências-Resistências, desenvolvido desde 2002 com o propósito de retratar a luta de povos e movimentos sociais por terra e autodeterminação.
Parentes, explica o fotógrafo, “é um trabalho no âmbito do que venho fazendo através da fotografia: comunicar, informar, compartilhar”.

Neste trabalho, Ferrari coloca em evidência “a diversidade, a permanência e resistência dos povos originários na Bahia”, revelando, em 64 imagens em preto e branco, a “face” dos Pataxó, Pataxó Hã Hã Hãe, Tupinambá, Pankaru, Pankararé, Tuxá, Atikun, Kaimbé, Tumbalalá, Kiriri, Kantaturé, Tuxi, Kariri-Xocó e Truká. Neste sentido, o livro torna-se lugar de encontro – ou reencontro – entre o leitor e esses parentes, pois, para o autor, “através dos retratos pode sugerir um autorreconhecimento coletivo e a reiteração de uma identidade negligenciada”.

As fotografias são recortes de suas vivências com comunidades indígenas de Santa Cruz Cabrália, Pau Brasil, Itaju do Colônia, Porto Seguro, Buerarema, Ilhéus, Olivença, Paulo Afonso, Curaçá, Euclides da Cunha, Banzaê, Ibotirama, Rodelas, Quijingue, Glória e Abaré, entre outros municípios baianos. O livro, que tem patrocínio do Fundo de Cultura (Secult-Ba), traz um mapa localizando cada comunidade contemplada no projeto.

Fotógrafo independente, Rogério Ferrari (1965-) é baiano de Ipiaú e vem retratando povos de várias partes do mundo que resistem para existir. Ele assina uma obra singular que chega agora ao seu sétimo volume (Parentes), e se inscreve no âmbito do projeto Existências-Resistências, que, através de suas publicações, de debates e exposições fotográficas tem evidenciado as lutas dos palestinos que vivem sob a violenta ocupação israelense; do povo curdo, na parte da região ocupada pela Turquia; os Zapatistas, no México; o Movimento dos Sem-Terra, no Brasil; os refugiados palestinos, no Líbano e na Jordânia; os refugiados Saarauís, no deserto do Saara e nos territórios ocupados pelo Marrocos; os Mapuche, no Chile; os ciganos, na Bahia; e os índios Guarani Kaiowá, no Mato Grosso do Sul.

A Tapera Taperá é uma biblioteca, livraria, espaço cultural. Um experimento, tentativa, ensaio, um esboço em construção. Sem fins lucrativos, sem objetivos claros, sem maiores planejamento e precisão. Um experimento político-cultural. Estamos numa esquina da charmosa Galeria Metrópole, com muito verde por perto, na Av. São Luís, 187, centro de São Paulo, a cerca de 150 metros da estação República do metrô. Aberta ao público das 10h até 20h de segunda a sexta e de 10h às 18h aos sábados.

Foto: Divulgação




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