2 de maio de 2024
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OCDE quer explicações do Brasil após acusações de Moro contra Bolsonaro

OCDE quer explicações do Brasil após acusações de Moro contra Bolsonaro

O chefe do grupo de trabalho anticorrupção da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Drago Kos, disse que o Brasil precisa explicar as acusações de Sérgio Moro de que o presidente Jair Bolsonaro tem tentado interferir politicamente na Polícia Federal.

“O Brasil vai ter que explicar o que fez o ministro da Justiça renunciar acusando o presidente de interferência no trabalho da polícia”, afirmou em entrevista à BBC News Brasil.

Bolsonaro tem como um dos seus objetivos de Governo fazer com que o Brasil consiga fazer parte do OCDE. Para isso, negociou fez uma série de concessões ao governo do Estados Unidos para conseguir apoio. Trump recomendou o Brasil a OCDE em janeiro. Para ser aceito no grupo de países desenvolvidos, o país precisa demonstrar avanços em temas como saúde, educação e combate à corrupção.

“Ministros vão e vem, isso não é um problema para nós. Mas quando o ministro da Justiça faz acusações de interferência grave em seu trabalho de combate à corrupção, isso é sério e isso nos interessa. O Brasil vai ter que explicar o que está acontecendo”, disse Kos.

O representante da OCDE pontuou que as acusações feitas por Moro precisam ser investigadas e que se comprovados, Bolsonaro deve ser indiciado. “Eu espero que, quando o Ministro da Justiça renuncia acusando o presidente de condutas tão graves, haja alguém no Brasil que vai investigar as acusações do juiz Moro. E se forem todas verdadeiras, o presidente deve responder por condutas criminosas”, falou.

Kos tem uma próxima reunião com representantes brasileiros marcada para junho, remotamente, por causa da epidemia de Covid-19, tema visto como preocupante. “Acredito que isso trará consequências muito ruins para o Brasil em geral, e espero que não fragilize ainda mais o país em meio a essa pandemia. Espero que a situação não fique pior do que já está. Estou muito preocupado”.




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