28 de março de 2024
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“A Páscoa dos Mortos-Vivos” – por José Falcón Lopes

“A Páscoa dos Mortos-Vivos” – por José Falcón Lopes

No Domingo de Páscoa, depois que Maria Madalena deu seu testemunho aos discípulos sobre o anjo que avisou sobre a ressurreição de Jesus, eles saíram em disparada ao encontro do Mestre na Galileia, onde Ele estava a salvo da perseguição do sumo sacerdote de Jerusalém.

“É nada! Só acredito vendo!” – gritava Tomé, o último dos discípulos a chegar ao encontro de Jesus ressuscitado.

Jesus, manso e humilde de coração, vitorioso sobre a morte, mas ferido de batalha e com muita fome, teria dito ao amigo com toda a paciência do mundo: “Aproxime-se, Tomé. Pode tocar em mim”.

E então, o autêntico Tomé, o mais irreverente dos discípulos, mas também um dos mais corajosos – e o meu apóstolo preferido -, tocou as chagas de Jesus.

Foi assim que Tomé teve acesso a uma enorme revelação e deu o seu testemunho sobre a divindade do carpinteiro, descendente de Davi: “Meu Senhor e meu Deus!”, como está em João 20:28.

Tomé realmente era um incrédulo. Mas era muito inteligente e não era puxa-saco de Jesus, nem era covarde. Ao tocar Jesus, Tomé viveu a sua conversão completa.

Você tem a coragem de Tomé?

Nos dias atuais, na sua irreverência, além de dizer “É nada! Só acredito vendo”, o jovem Tomé diria mais ainda:

– Isso é Páscoa, nada. Deus me livre! Isso é filme de terror: A Páscoa dos Mortos-Vivos!

E talvez ele ainda se benzesse fazendo o sinal da Cruz: “Deus me livre! Eita, Jesus mal assombrado, sô!”.

Tomé era um valente. Sabe o que isso significa? Ser puro de coração e corajoso como Jesus. Foi por isso que o Senhor o escolheu entre os seus discípulos.

Se você pudesse colocar numa balança, o testemunho de uma pessoa honesta intelectualmente e despida de qualquer interesse material como Tomé valeria o quanto mais diante de uma plateia de puxa-sacos e interesseiros?

Talvez, por isso, o testemunho de Tomé no Novo Testamento sobre a ressurreição de Cristo seja tão importante.

Desejo-te uma boa Páscoa do Morto-vivo Jesus. Brincadeiras à parte. Ele vive, está no meio de nós e tem muito senso de humor. O Filho de Deus é jovem, vitorioso e alegre! Hoje acaba a Quaresma! É um dia de vitória! Podemos tomar um pouco de vinho.

Mas tudo isso é para que não sejamos um cristão morto-vivo. Precisamos viver nossa conversão completa dia após dia. Rezemos, conversemos com Jesus, peçamos a Ele os seus sinais. Sejamos honestos e amigos de Jesus como Tomé continua sendo no Céu.

José Falcón Lopes é jornalista, diretor do Instituto São Francisco Xavier e escreve adaptações do Novo Testamento para os dias atuais.

E-mail: zflopes@gmail.com

Foto: Reprodução do quadro “A incredulidade de São Tomé” de Caravaggio (1601).




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